O maior parque nacional da França não está na Europa, e sim na Amazônia. E faz fronteira com o Brasil. O Parque Amazônico da Guiana ocupa uma área de cerca de 34 mil quilômetros quadrados – mais do que o estado de Alagoas e equivalente a quase metade do território da Guiana Francesa.
Longe das queimadas que geraram mal estar entre os presidentes Emmanuel Macron e Jair Bolsonaro, a região tem o garimpo ilegal como o problema mais grave para a preservação da Amazônia. O problema, inclusive, tem levado Brasil e França a fazerem operações conjuntas para evitar a exploração clandestina da floresta (leia sobre o tema mais adiante).
Então, como as queimadas pouco afetaram a Guiana Francesa?
Uma imensa área de preservação dividida por Brasil e França ajudou a evitar queimadas no nordeste da Amazônia, disse ao G1 o cientista Jérôme Chave, do Centro de Estudos da Biodiversidade da Amazônia. Ele mencionou as seguintes razões:
As queimadas que chamaram atenção do mundo ocorreram principalmente em áreas desmatadas anteriormente (veja aqui o que diz um cientista da Nasa).
Não é o caso do Parque Amazônico da Guiana, que, com o Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque (Amapá), formam uma das maiores áreas preservadas de floresta do mundo.
A enorme e densa mata isolam esses dois parques dos maiores centros urbanos da região amazônica.
"No norte [da Amazônia], o acesso é mais difícil, então há menos perigo de fogo e desmatamento. Essa é a vantagem de nossa geografia", explicou Chave.
G1 // AO