A queda no ritmo de vendas do varejo, provocada pelo cenário de recessão econômica, está reduzindo a oferta de postos de trabalho. Do mês de julho para cá, lojas instaladas em shoppings de Salvador demitiram pelo menos 1,6 mil funcionários, de acordo com informações passadas por associações de lojistas, com exclusividade para o CORREIO.
De acordo com a Pesquisa Mensal do Emprego, do IBGE, 15,2 mil comerciários foram demitidos, em Salvador, entre janeiro e julho deste ano. A queda no comércio varejista do estado é atribuída à falta de confiança dos empresários e dos consumidores na economia, de acordo com análise da Superintendência de Estudos Econômicos (SEI), a respeito da mais recente Pesquisa Mensal do Comércio.
Segundo lojistas, a queda expressiva no faturamento das lojas é o que tem motivado as demissões. As lojas do Salvador Shopping, por exemplo, demitiram mil pessoas do quadro de cinco mil funcionários. “Desde julho, tivemos uma queda expressiva de 20% nas vendas. Isso tem a ver com a crise e foi agravado pela cobrança de estacionamento”, afirma o presidente da Associação de Lojistas do Salvador Shopping, Humberto Paiva.
Segundo o presidente da Associação de Lojistas do Paralela, Geraldo Caymmi, as lojas do estabelecimento recentemente dispensaram 400 funcionários. “Já enfrentávamos uma queda grande no faturamento. No final de junho, isso se agravou e tivemos uma retração nas vendas entre 30% a 40%”, revela. Ele é proprietário de dez lojas em cinco shoppings na cidade. Já demitiu 25 funcionários. “Em outras cidades, como Goiânia, Cuiabá, Campo Grande, também houve uma queda, de 10%”, revela.
O Bela Vista demitiu de 80 a 100 colaboradores dos aproximadamente 1,3 mil funcionários entre setembro e outubro. “Notamos uma retração de 10% nas vendas desde o início do ano. Depois de junho, essa queda foi de 30% a 40% maior, principalmente no setor de alimentação”, diz Alzira Cunha, membro do Comitê dos Lojistas do shopping.
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