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Polícia investiga parceria entre milicianos e traficantes na venda de drogas no RJ

Tablete de entorpecente tinha inscrições de grupo miliciano e de facção criminosa do tráfico de drogas.

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A Polícia Civil investiga uma possível parceria entre traficantes e milicianos no Morro da Coreia, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. Durante uma operação na favela, a polícia apreendeu tabletes de drogas com referências a duas organizações criminosas que controlam a região.

Na embalagem, além do símbolo do personagem "Batman" e a bandeira da Coreia, também havia um desenho do personagem "Surfista Prateado" e estava escrito "melhor gestão". Em letras miúdas, constava também a informação: "qualquer violação, reclame na boca [de fumo]".

O diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Antônio Ricardo, afirmou ao G1 que existe a possibilidade de uma "narcomilícia".

“Observamos uma situação de 'narcomilicia'. A milícia cede espaço para o tráfico. Tivemos uma apreensão interessante que é uma embalagem de maconha com o símbolo da milícia e do tráfico no Morro da Coreia”, afirmou o delegado.
Segundo investigadores, a associação não é comum nas disputas de território do Rio. O que ocorre geralmente é o confronto entre grupos paramilitares e traficantes pelo domínio de comunidades.

Em outros casos, há a possibilidade de exploração de determinado grupo criminoso sobre outros. A cooperação de milicianos e traficantes naquela região é algo inusitado, e que será investigado.

"Eu fui à Rocinha em 2017, a gente começou a investigar o tráfico atuando no gás. Eles estão se tornando um pouco milicianos e os milicianos um pouco traficantes. A milícia toma o gás, mototáxi, gato net, mas e o viciado? Vai ficar sem fumar e cheirar? Se aquilo for vantajoso para eles, por que não ter isso no negócio da contabilidade geral?", afirmou Antônio Ricardo.

"Na Praça Seca, tem a disputa entre tráfico e milícia, e eles não se entendem. Mas tem lugares que eles se entendem. Já que se entendem, [os criminosos pensam] por que não [vender drogas]? O que importa é o lucro final. A facção vende mais e a milícia atende o comércio local. O caso da Coreia é bem específico, uma parceria", completou o delegado.

g1 // AO