Bahia

Rátis recebe propostas de advogados empregados

Desrespeito aos direitos fundamentais, ineficiência do sindicato e pseudo-associações são alvo de denúncia da categoria

NULL
NULL

Com pré-campanha segmentada por setores da advocacia, o presidente do Instituto dos Advogados da Bahia, Carlos Rátis, se reuniu, na noite desta quarta-feira (7), no auditório do Salvador Trade Center, com um grupo de profissionais empregados. Advogados com atuação nas esferas pública e privada relataram ao pré-candidato à presidência da Seccional Baiana da Ordem dos Advogados do Brasil os problemas enfrentados no dia a dia da profissão.
 
Entre as principais queixas, o desrespeito a jornada de trabalho e o não pagamento de horas extras apareceram no topo do ranking, além da exploração da mão de obra através de formalização de pseudo-associações. A inoperância do sindicato dos advogados para a garantia dos direitos fundamentais da profissão também foi assunto entre advogados empregados e donos de escritórios de advocacia.
 
“O objetivo deste encontro, assim como aconteceu com outros setores, é diagnosticar os problemas enfrentados por toda a categoria  para que as soluções integrem o plano de metas para os próximos anos da advocacia”, explicou Rátis, ressaltando que apenas ações efetivamente praticáveis  irão compor o plano de metas do grupo. “Prezamos por ações concretas e aplicáveis”, enfatizou.
 
Retratando os problemas dos profissionais do meio público, o advogado Luiz Fernando Silva Trindade entregou a Rátis um documento com os principais problemas enfrentados pela categoria para adoção de providências. “É uma série de situações que fere o estatuto da OAB, mas que, no entanto, não há nenhuma medida para mudar o quadro”, afirmou.
 
Para o advogado Bruno Magalhães Costa, a falta de iniciativa sobre o estabelecimento de um piso salarial para a categoria é uma problemática que precisa ser discutida. “Precisamos que o Conselho Federal pleiteie junto ao Congresso o estabelecimento, e principalmente, o respeito ao piso da categoria”, opinou.
 
Já para o advogado trabalhista Humberto Torreão, a associação falsa de advogados, resultando no abuso da mão de obra é uma das práticas atuais do mercado  que devem ser combatidas nos próximos três anos pela OAB. “Infelizmente, por necessidade de emprego, alguns profissionais se submetem a este tipo de exploração”, denunciou.
 
Um dos representantes de grandes escritórios no evento, o advogado Paulo Galo Toscano elogiou a iniciativa e considerou as discussões “um processo rico de construção por um mercado advocatício melhor”.
 
As propostas para a melhoria no exercício da advocacia foram entregues a Rátis e serão registradas em cartório para, na próxima semana, após a inscrição da chapa, integrar o plano de ações da campanha. Também na próxima semana, no dia 14, o coletivo Mulheres em Movimento na Advocacia Baiana (Memab) entregará ao ex-interventor do Bahia, as propostas para mudanças no futuro da advocacia feminina.

(Foto: Reprodução)