Nesta terça-feira (06), foi mantida a greve dos professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em assembleia no auditório da Faculdade de Arquitetura, na Federação. Foram 146 votos a favor da continuação, 70 pelo fim do movimento e quatro abstenções.
Os docentes indicaram, no entanto, que a paralisação pode ter fim na próxima quarta, quando a categoria volta a se reunir em vários estados. Esse indicativo foi aprovado em uma segunda votação, por 165 a 48, com uma abstenção.
Nos bastidores, tanto o sindicato dos docentes (Apub) quanto o comando local de greve dão como certo o encerramento da greve na semana que vem.
Em jogo, agora, estão o protagonismo e a representatividade da paralisação. Grupos de opiniões divergentes – governistas de um lado e radicais de esquerda do outro – disputam a direção da categoria, conforme reconhece a própria presidente da Apub, Cláudia Miranda.
"Não há mais argumento para levar adiante essa paralisação", avalia a sindicalista, confirmando que as divergências dos docentes são sobre qual a melhor forma de sair da greve.
Discordâncias
Para o professor Carlos Zacarias, membro do comando local de greve, sair da greve sem unificação com sindicatos de outros estados seria enfraquecer a categoria diante do governo.
Ele, que defende o fim da paralisação na próxima quarta-feira, avalia que a saída unificada será um recado. "É como avisar que não somos uma categoria qualquer, lembrar que fizemos 17 greves em 20 anos e que somos aguerridos", acredita.
Ele compõe um dos grupos de pensamento que divergem da direção da Apub, mas discorda de que haja "disputa" na categoria.
"A Apub gosta de dizer que as divergências são disputa de sindicato, reduzindo as discordâncias políticas a apenas isso", rebate Zacarias. "Há professores que se identificam com esse projeto de governo, o que respeitamos, mas discordamos", provoca.
Foto: Reprodução/ A tarde