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Interpol vai investigar se brasileiro preso que ostentava riqueza praticou crimes nos EUA

Gustavo Souza da Silva, de 23 anos, recolhia o dinheiro da venda de drogas e entregava para os chefes da quadrilha.

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Gustavo Souza da Silva, de 23 anos, mora em Barueri, na Grande São Paulo e se exibia nas redes sociais com um monte de notas, inclusive, dólares. Ele não fez faculdade, não trabalha e não é de família rica, mas conseguia bancar tanta ostentação, segundo a polícia, com dinheiro da maior facção criminosa de São Paulo, com ramificações em outros estados e países.

A função dele no crime era recolher o dinheiro da venda de drogas e entregar para os chefes da quadrilha. A investigação estima que ele arrecadasse por volta de R$ 800 mil por mês. A polícia descobriu que Gustavo pegava o dinheiro do tráfico com pelo menos19 mulheres, a maioria da capital paulista. Elas são parentes de presos que comandam o tráfico.

Segundo as investigações, em troca, Gustavo recebia uma comissão da quadrilha e conseguia bancar outros luxos, como baladas com bebida à vontade, carrões e motos esportivas.

Gustavo ia com frequência para a Flórida, Estados Unidos. A mãe dele se casou com um americano. Na adolescência, ele chegou a morar lá e até conseguiu a cidadania americana, segundo a polícia, que o considera um criminoso de porte diferenciado dentro desse mundo.

As investigações revelaram que parte do dinheiro do tráfico recolhido pelo Gustavo ia para o chamado "setor da ajuda". Trata-se de um grupo da quadrilha que fica fora dos presídios e é responsável por prestar auxílio aos seus integrantes. É o assistencialismo do crime. Segundo a polícia, o "setor da ajuda" tinha até 280 mil reais para distribuir por mês no estado de São Paulo.

Na quarta-feira (3), depois de sete meses de investigação, a polícia prendeu 19 mulheres e quatro homens. Um deles é o rapaz de 23 anos, que gostava de se exibir nas redes sociais.

Em depoimento à polícia, Gustavo confessou o envolvimento no crime, mas disse que ganhava pouco para pegar o dinheiro do tráfico e que ficava tirando foto do dinheiro dos outros.

Os investigadores de São Paulo vão fazer uma parceria com a Interpol para descobrir se Gustavo praticou crimes nos Estados Unidos também. Ele pode ser condenado a 43 anos de cadeia.

G1 // AO