O porta-voz do Planalto, general Octávio Rego Barros, disse que o presidente Jair Bolsonaro "tem o interesse de apoiar candidatos que estejam alinhados com sua ideologia, seu pensamento e a sua gestão de governo". Explicou que "é nesse sentido que ele eventualmente formula pensamentos, antecipa pensamentos" em relação ao assunto. Mas o porta-voz ressalvou que "não me foi dito claramente esse apoio do presidente à deputada Joice Hasselmann".
Nesta segunda-feira, 24, após participar de almoço com Bolsonaro, no Planalto, a deputada declarou que o presidente defendeu a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo. Três outros participantes do almoço, no entanto, disseram ao jornal O Estado de S. Paulo não terem ouvido este diálogo entre o presidente e a deputada, nem que Bolsonaro tenha anunciado apoio à candidatura da líder do governo no Congresso.
"O que o presidente me adiantou é que os comentários feitos no almoço foram comentários não formalizados, não fixados efetivamente", afirmou o general Rego Barros, ao ser questionado se o presidente, no almoço, havia anunciado ou defendido a candidatura de Joice à prefeitura da capital paulista.
O porta-voz reiterou, no entanto, que "o presidente tem interesse em apoiar todos aqueles candidatos que possuem alinhamento ideológico e de gestão com a Presidência da República e com ele, e, nesse contexto, ele irá agir para selecionar aquelas pessoas, dentro ou fora do partido, que possam colaborar para que termine os seus quatro anos de governo colocando nosso país nos trilhos".
Perguntado se Bolsonaro pretende subir em palanques de candidatos aliados nas eleições municipais, o porta-voz disse que o presidente não falou sobre isso com ele. Na segunda, em entrevista, a deputada declarou que o presidente puxou o assunto no final do almoço, e, não só a autorizou a falar do apoio à sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, como salientou que ela deveria divulgar isso.
"A sinalização do presidente foi um passo muito importante. O desejo do presidente é um pedaço da liberação que eu preciso. No momento em que o meu partido quer, que o presidente Bolsonaro quer, agora vamos começar a conversa com o eleitor", disse Joice, acrescentando que, se o presidente não a apoiar, não disputará o pleito.
"É um namoro. Eu e o presidente estamos flertando, namorando sobre essa ideia", resumiu, depois, ao ser questionada sobre os demais apoios em seu partido e alianças. "É um namoro. Eu não disse que vou casar com ninguém. Calma. A eleição é daqui a um ano e meio", comentou. "Se eu aceitar o desafio, como começamos a conversar, eu vou pra cima. Minha responsabilidade é com o povo de São Paulo para comandar a cidade, quiçá o Estado", observou a deputada que disse já estar discutindo quem será vice na sua chapa.
Estadão // AO