Novas conversas divulgadas nesta terça-feira, 18, pelo site The Intercept Brasil mostraram a preocupação de membros da Lava a Jato e do ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Sérgio Moro, em relação à percepção pública de imparcialidade da operação.
E para se livrar da pecha de operação político-partidária, procuradores chegaram a utilizar uma denúncia prescrita de caixa dois envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).
Em um trecho da conversa, o então juiz Moro pergunta ao procurador do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, se a denúncia contra FHC seria consistente.
“Tem alguma coisa mesmo séria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco. Denúncia de caixa dois de 1996? Não estaria mais do que prescrito?”, questionou Moro.
Deltan respondeu confirmando a impressão do juiz. “Em princípio sim, o que tem é muito fraco. Foi enviado para São Paulo sem se analisar prescrição. Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade”, afirmou.
Ao saber o motivo do envio, Moro questionou. “Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante”, ressaltou Moro.
Imparcialidade?
As conversas vazadas são de 2015, 2016 e 2017. Período em que o Partido dos Trabalhadores (PT) questionava a parcialidade na condução da Lava Jato contra o partido e o ex-presidente Lula.
Nas mensagens, os procuradores falam de “argumentos pela imparcialidade” e “passar recado de imparcialidade”, com insistência.
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