O presidente Jair Bolsonaro condecorou dois desafetos em um único ato. Bolsonaro concedeu ao escritor Olavo de Carvalho e ao vice-presidente Hamilton Mourão o grau máximo da Ordem Nacional de Rio Branco, de Grã-Cruz, indicado para autoridades de alta hierarquia. O decreto com a homenagem está publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) da terça-feira, 30.
Segundo o Itamaraty, a Ordem Nacional de Rio Branco é uma comenda que o presidente do Brasil atribui a personalidades "pelos seus serviços ou méritos excepcionais, se tenham tornado merecedoras dessa distinção".
Além de Olavo e Mourão, outras 33 pessoas receberam de Bolsonaro o mais alto grau da ordem. Entre as autoridades homenageadas neste nível estão 12 ministros, nove governadores e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Entre os ministros agraciados estão Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça). Já entre os governadores constam nomes como João Doria (SP), Ibaneis Rocha (DF) e Romeu Zema (MG).
Radicado nos Estados Unidos, Olavo de Carvalho é considerado um guru da ala ideológica do governo Jair Bolsonaro. Ele também é conhecido por fazer duras críticas à ala militar do governo, em especial ao vice, o general de reserva Hamilton Mourão, a quem já se referiu como "idiota".
Embora Olavo tenha recebido a homenagem, regulamento do Itamaraty indica que o grau de Grã-Cruz deve ser concedido ao "Presidente da República, Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministros de Estado, Governadores dos Estados da União e do Distrito Federal, Almirantes, Marechais, Marechais-do-Ar, Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército, Tenentes-Brigadeiros, Embaixadores estrangeiros e outras personalidades de hierarquia equivalente".
No mesmo decreto, o presidente também homenageou dois de seus filhos, mas em grau inferior. O senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) receberam o grau de Grande Oficial, o segundo mais importante da Ordem.
Estadão // AO