Política

No 2º dia em Israel, Bolsonaro condecora militares e visita Muro das Lamentações

Presidente brasileiro deve visitar local sagrado nesta segunda-feira (1º) ao lado de Netanyahu.

NULL
NULL

O presidente Jair Bolsonaro e o premiê israelense Benjamin Netanyahu apertam as mãos após pronunciamento em Jerusalém â?? Foto: Heidi Levine/Pool/Reuters

No 2º dia da visita oficial que faz a Israel, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro participou nesta segunda-feira (1º) da cerimônia de condecoração dos militares israelenses que ajudaram no resgate de vítimas da tragédia em Brumadinho e visitará o Muro das Lamentações.

A agenda presidencial começou com uma visita à unidade de contraterrorismo da polícia israelense. Em seguida, Bolsonaro seguiu para a homenagem aos integrantes do Exército de Israel que estiveram no Brasil para ajudar nos trabalhos de resgate da tragédia da Vale, em janeiro deste ano. 
Os militares israelenses foram condecorados com a insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros.

Antes da condecoração, Bolsonaro fez um discurso em que relatou ter feito, em 1985 no Rio de Janeiro, um resgate a vítimas de um ônibus que caiu em um rio e provocou a morte de 15 pessoas. Ele contou estar na ativa no Exército na época e ter se voluntariado para ajudar no resgate enquanto estava de férias.

"O trabalho de vocês [militares israelenses] foi muito semelhante ao meu, humildemente prestado por mim no passado: confortar os familiares, ao encontrar um ente que estava ali", disse. "O trabalho dos senhores foi excepcional, fez com que nossos laços de amizade, de há muito, se fortalecessem. Nós, brasileiros, nunca esqueceremos o apoio humanitário por parte de todos vocês."

No fim da tarde, após almoço privado, Bolsonaro seguirá para para visita ao Santo Sepulcro e ao Muro das Lamentações (10h30, em Brasília). A ida ao local sagrado para os judeus deve ser feita ao lado do premiê israelense Benjamin Netanyahu.

Escritório em Jerusalém

O presidente brasileiro está desde domingo (31) em Israel para uma visita que vai até quarta-feira (3). Após se encontrar com Netanyahu, Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório comercial do governo brasileiro em Jerusalém, cidade considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos e que não é reconhecida internacionalmente como capital israelense.

A abertura do escritório em Jerusalém é uma saída diplomática para o embaraço gerado com países árabes após o presidente ter manifestado a intenção de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, como fez Donald Trump.

Bolsonaro anuncia criação de escritório de negócios em Jerusalém

Apesar do recuo parcial, a medida foi condenada com veemência pelos palestinos, e o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina chamou de volta o embaixador no Brasil para consultas e para estudar uma resposta à medida.

Em comunicado, o ministério palestino classificou a decisão brasileira de “flagrante violação de legitimidade internacional e suas resoluções e uma agressão direta ao nosso povo e seus direitos.”

Israel considera Jerusalém a "capital eterna e indivisível" do país, mas os palestinos não aceitam e reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino.

G1 // AO