O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira (28) que o documento assinado pelo Ministério da Defesa e pela Forças Armadas, a ser lido nos quartéis em referência a 31 de março de 1964, não teve o objetivo de "comemorar" o golpe.
A intenção da determinação feita pelo presidente, segundo ele próprio, era "rememorar" o fato e identificar pontos corretos e errados para o "bem do Brasil no futuro".
A declaração diverge do termo utilizado pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros. Na segunda-feira (25), ele afirmou que o presidente determinou ao Ministério da Defesa que faça as "comemorações devidas" pelos 55 anos do golpe que derrubou o então presidente João Goulart e deu início à ditadura militar.
No Clube Militar, presidente Jair Bolsonaro fala sobre a comemoração do dia 31 de março
Bolsonaro comentou a ordem do dia – divulgada pelo Ministério da Defesa na quarta-feira (27) – após cerimônia na qual recebeu a Ordem do Mérito Judiciário Militar.
Ele citou a Lei da Anistia, de 1979, que perdoou civis e militares por crimes cometidos durante o regime militar, para dizer não se deve voltar ao assunto.
“A Lei da Anistia está aí e valeu para todos. Inclusive, o governo militar fez com que ela fosse ampla, geral e irrestrita, porque alguns setores de dentro do parlamento não queria que certas pessoas voltassem do exílio porque os atrapalhariam em seus projetos políticos. Lei da Anistia, vamos respeitar para todo mundo, ponto final, não toca mais no assunto”, declarou.
Em seguida, Bolsonaro foi questionado se determinar uma comemoração pela data não seria voltar ao assunto. O presidente destacou que a intenção da ordem não era comemorar o golpe.
“Não foi comemorar. Rememorar, rever, ver o que está errado, o que está certo. E usar isso para o bem do Brasil no futuro”, disse Bolsonaro.
G1 // AO