Prestes a deixar a Secretaria de Comunicação (Secom), Floriano Amorim afirmou nesta quarta-feira, 27, que o governo fará intensa campanha publicitária para obter apoio à reforma da Previdência a um custo seis vezes menor do que no governo de Michel Temer.
Pelas suas contas, a propaganda para "vender" as mudanças na aposentadoria custará, na gestão de Jair Bolsonaro, cerca de R$ 30 milhões, enquanto, sob Temer, ficou em R$ 181 milhões.
Amorim será substituído pelo empresário Fábio Wajngarten, especialista em comunicação, num momento em que a Câmara tenta enquadrar o governo e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz que "é um erro não reconhecer a força das mídias digitais".
Por que o sr. está deixando a Secom?
Eu pedi afastamento, mas continuo acreditando muito no presidente Bolsonaro. Estou 100% fechado com ele. Cumpri minha missão de identificar problemas e contratos que oneravam muito o governo. Dou um exemplo: antes, seis filmetes, com algumas empresas contratadas, tinham custo médio de R$ 350 mil. Em pouco mais de um mês de atividade, organizamos mais de 40 vídeos a preço de salário (de servidor). Isso deve incomodar (as agências de publicidade).
Houve pressão de fora?
Cito João 8:32: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
A popularidade do presidente caiu. O envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro e do escritor Olavo de Carvalho nas redes sociais atrapalha o governo?
É uma questão particular de cada um deles e eu não gostaria de tecer comentários. A minha relação é ótima tanto com o Carlos Bolsonaro quanto com Olavo de Carvalho. São pessoas que trabalham fortemente pelo País.
Quanto custará a campanha publicitária da nova Previdência?
Asseguro que não está passando da casa dos R$ 30 milhões. Não tenho responsabilidade pela campanha passada (governo Temer), quando foram gastos R$ 181 milhões.
Mas o novo valor é só para internet?
Não. Inclui internet, TV, rádios, mídias regionais, mas utilizando recursos públicos. Uma pesquisa mostrou que 70% da população passa de oito a nove horas no celular. Então, é um erro não reconhecer a força das mídias digitais. É preciso que haja um pacto pelo País em torno da nova Previdência.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. // AO