Wellington Moreira Franco é o “longa manus” do ex-presidente Michel Temer “nos atos ilícitos praticados pela organização criminosa”. Assim os procuradores da República da força-tarefa da Lava Jato no Rio justificaram o pedido de prisão do político que foi governador do Rio (1987-1991), ministro da Secretaria da Aviação Civil (2013 a 2015), secretário-geral da Presidência (2017 a 2018) e ministro das Minas e Energia (2018).
“Ele não só solicitou o pagamento de propina, mas também acompanhou o pagamento até a sua efetiva realização”, afirmou o procurador Sérgio Pinel. A fundamentação do pedido de prisão preventiva contra o ex-ministro ocupa menos de 2 das 383 páginas do pedido feito pelo Ministério Público Federal.
Para o advogado do ex-ministro, Antônio Sérgio Moraes Pitombo, a prisão era desnecessária, pois Moreira Franco “manifestou estar à disposição nas investigações em curso, prestou depoimentos e se defendeu por escrito quando necessário”. “Causa estranheza o decreto de prisão vir de juiz de direito cuja competência não se encontra ainda firmada, em procedimento desconhecido até aqui.” Segundo o MPF, além da Eletronuclear, Moreira Franco também negociou propinas na Secretaria da Aviação Civil.
Véspera
Na véspera de ser preso, Moreira Franco dormiu na casa do seu genro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como sempre faz quando está em Brasília. Na quarta-feira à tarde, Moreira participou da reunião da Executiva Nacional do MDB. O principal assunto tratado ali foi a eleição para renovar a cúpula do partido, no segundo semestre.
Presidente do MDB, o ex-senador Romero Jucá (RR) – também alvo de investigações – avisou que não disputará novo mandato. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, é um nome citado para assumir o posto. Para tanto, o partido precisaria mudar o seu regimento, que não permite ter no comando um governador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. // AO