O embaixador de Israel do Brasil, Yossi Shelley, informou nesta sexta-feira 15) que o presidente Jair Bolsonaro fará uma visita ao país entre os dias 31 de março e 3 de abril.
Shelley deu a informação em uma entrevista no Palácio do Planalto, após uma audiência com Bolsonaro. Também participaram do encontro o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o assessor da Presidência Filipe Martins.
O governo brasileiro ainda não divulgou oficialmente o cronograma do presidente em Israel, mas já havia adiantado que ele faria a viagem. Antes, Bolsonaro terá viagens oficiais ao Estados Unidos e ao Chile.
Durante a viagem a Israel, Bolsonaro terá um jantar, segundo Shelly, com o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu. O embaixador disse ainda que na agenda de Bolsonaro deverá ter compromissos nas cidades de Tel Aviv e Jerusalém.
O presidente retribuirá a visita que Netanyahu fez ao Brasil para participar da posse, em 1º de janeiro. Foi a primeira visita oficial de um premiê de Israel ao Brasil.
Na ocasião, Bolsonaro e Netanyahu tiveram um encontro no qual reafirmaram a intenção de estreitar os laços entre os dois países e fazer parcerias em diversos setores. O israelense chamou o brasileiro de "grande amigo", "grande aliado" e "grande irmão".
Shelley disse que a programação em Israel será "muito corrida", para que Bolsonaro possa conhecer com detalhes o país. O foco da pauta será aumentar os negócios entre Israel e Brasil.
“Fazer uma pauta econômica, pauta de melhorar as relações exteriores, conhecer mais o governo. É o primeiro passo para surgirem negócios”, afirmou.
O embaixador afirmou ainda que há expetativa de assinatura de atos em áreas como segurança pública, ciência e tecnologia, defesa e psicultura. O Brasil tem interesse, por exemplo, na cooperação em projetos para dessalinizar água.
Local da embaixada
Shelley foi questionado se o governo israelense espera que durante a viagem Bolsonaro oficialize a troca da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo do que fez o governo dos Estados Unidos.
Bolsonaro declarou, em novembro após vencer a eleição presidencial, o desejo de transferir a embaixada brasileira. Após dois meses e meio de governo, a mudança não foi oficializada.
Com a medida, o Brasil reconheceria Jerusalém como capital de Israel, o que suscitou o receio de retaliações comerciais de países árabes, grandes compradores de carne bovina e de frango do Brasil.
O embaixador afirmou que o tema compete ao governo brasileiro, por uma questão de soberania.
“O presidente [Bolsonaro] é um grande líder, sabe o que precisa fazer, vamos esperar”, disse.
Israel considera Jerusalém a "capital eterna e indivisível" do país. Mas os palestinos não aceitam e reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino.
G1 // AO