A Justiça Federal aceitou na última sexta-feira, 8, a denúncia contra o ex-governador do Paraná Beto Richa, feita pela força-tarefa da Lava Jato na Operação Integração, e o tornou réu na ação que investiga corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa na concessão de rodovias federais que fazem parte do Anel da Integração, no Estado. Além de Richa, outras nove pessoas viraram réus pelos mesmos crimes.
Os procuradores afirmam que o tucano recebeu pelo menos R$ 2,7 milhões em propinas pagas em espécie por concessionárias de pedágio no Paraná e outras empresas que mantinham negociações com o governo. Segundo a Procuradoria, dos R$ 2,7 milhões, R$ 142 mil foram lavados por meio de depósitos feitos para a Ocaporã Administradora de Bens. Embora esteja no nome da mulher e dos filhos de Richa, a empresa, conforme investigações, era controlada pelo tucano.
Já a maior parte dos recursos, cerca de R$ 2,6 milhões, teriam sido lavados por Richa por meio da compra de imóveis – em nome da Ocaporã – com a ajuda do contador. Em decisão, o juiz federal Paulo Sergio Ribeiro afirmou que “o MPF apresentou vasto conjunto de provas sobre a existência de fatos criminosos envolvendo a execução de contratos de concessão de rodovias federais no Estado do Paraná (denominado “Anel de Integração do Paraná”), bem como indícios suficientes da participação de cada um dos investigados no esquema criminoso”.
O tucano havia sido preso no dia 25 de janeiro, pela segunda vez. No entanto, foi solto na quinta-feira, 31, por decisão do ministro do STJ, João Otávio de Noronha. A força-tarefa da Lava Jato chegou a apontar ‘sérias dúvidas’ sobre a parcialidade do magistrado.
Estadão // AO