Totens em tamanho real, distribuição de panfletos e maratona de colagem de adesivos nas portas dos gabinetes mostram que a Câmara dos Deputados entrou em ritmo de campanha a dois dias da eleição para a Mesa Diretora. Quem chegava ao Congresso na manhã desta quarta-feira, 30, pela entrada principal, conhecida como Chapelaria, era recebido por um cartaz em tamanho real com a imagem do deputado João Henrique Caldas (PSB-AL), o JHC, que disputa a presidência da Casa.
Pelos corredores, cabos eleitorais distribuíam panfletos não apenas para os que buscam a liderança, mas também para os que concorrem a outras posições na Mesa, como os da deputada Soraya Santos (PR-RJ) e Fernando Giacobo (PR-PR), ambos pela Primeira-Secretaria. Em seu panfleto, Giacobo promete atendimento personalizado aos outros 512 deputados, além de “modernização administrativa e tecnológica de todos os setores”.
Também candidato à presidência da Casa, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) distribuiu banners e panfletos com os dizeres “Diálogo, harmonia, simplicidade, compromisso e democracia”. Conhecido por oferecer refeições em seu gabinete – como ocorreu nesta quarta-feira –, principalmente durante longas votações, Ramalho esteve recentemente no Palácio do Planalto, onde se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro. Levou uma sacola com queijos e goiaba. Mas o PSL, partido de Bolsonaro, é uma das legendas que declararam apoio a Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição e favorito na disputa.
O atual presidente da Câmara pode ter ao seu lado 15 partidos, que juntos totalizam mais de 300 deputados. Aliados dão como certa a recondução dele e falam em vitória em primeiro turno, mesmo prevendo uma margem de “traição” dentro destas legendas. Na campanha, Maia viajou para buscar apoios em São Paulo, em Goiás e em outros Estados, além de preferir as redes sociais. Pelo Instagram, fez uma lista dos seus dez compromissos “para uma Câmara independente”. Entre os itens, a promessa da pauta antecipada para ajudar os deputados a se prepararem para os debates no plenário. Maia também listou como número sete da sua lista a transparência máxima para o banco de dados da Câmara.
Estadão // AO