Mal saiu da prisão e Nadson de Jesus Pepe, de 19 anos, já teve que voltar para sua segunda casa. Réu confesso pelo assassinato do professor Deodarquison Aparecido Rego Pereira, de 45 anos, Nadson foi apresentado na manhã de hoje (17) no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba. Na oportunidade, o acusado não pôde dar declarações à imprensa, já que a Corregedoria Geral da Polícia, juntamente com o delegado, proibiram a verbalização do julgado em questão.
Por força da investigação da Polícia, vários rastros e vestígios foram deixados no local do crime que ocorreu no último sábado (12), dentro do apartamento onde morava o professor, na rua Visconde Itaborahy, em Amaralina. Segundo o delegado, Marcelo Sansão, no exame local de crime da perícia, foi possível identificar digitais, levantar a coleta de materiais genéticos, além dos autores permanecerem utilizando o aparelho telefônico da vítima, o que possibilitou a equipe de investigação chegar até o acusado.
“Toda essa junção, além da comunidade ter iniciado estranhar toda a movimentação e vendas de objetos na localidade, terminou nos facultando e possibilitando essa prisão com agilidade”, explicou Sansão, lembrando que a prisão de Nadson foi feita por equipes da 1° delegacia de homicídios (DH/Atlântico) e do grupo de Apreensão e Captura (GRAC), do DHPP, nesta última quarta-feira (16), na Travessa Santo André, em São Gonçalo do Retiro, quatro dias após o crime.
Além de Nadson, que já foi detido em 09 de março deste ano, deixando a prisão em julho, respondendo por tráfico, associação e corrupção de menores, um menor de 16 anos é apontado, também, como responsável pelo crime: “Este menor já conhecia a vítima e mantinha contato com a mesma, sempre para fins sexuais. Em depoimentos que colhemos deles, ambos os acusados confessaram ter conhecido a vítima na praia do Porto da Barra, e de lá pra cá tinham tido alguns encontros. Nesse caso, o adolescente seria o único a fazer programas sexuais com o professor”, revelou Marcelo Sansão, acrescentando ainda que, testemunhas contaram que Deodarquison mantinha relações com outros homens.
Sãnsão contou ainda que, no dia do crime, o adolescente de 16 anos teria feito contato com a vítima para puder encontrá-lo em seu apartamento, a fim de pegar em mãos o valor de R$ 150, de uma dívida que a vítima mantinha pelo último programa: “No local eles confessam terem praticado o crime. Esse é o momento em que o maior confessa ter esganado a vítima com as próprias mãos, após ter sido amarrado com um fio encontrado dentro do apartamento”. E foi mais além: “Ele negaram que tinha intenção de matar o professor, mas ao meu ver essa versão é inverídica, pois, através dos relatos pude perceber que eles já foram com a intenção de subtrair, além de matar a vítima”.
Antes mesmo de ser capturado pela polícia, Nadson tentou fugir, mas foi contido pela população que, revoltada, tentou linchá-lo, sendo agredido com pauladas, pedradas, chutes e murros: “Graças a equipe da polícia ele está sendo hoje apresentado, pois a intenção da população era de mata-lo”, contou o delegado, afirmando ainda que antes mesmo de encaminhar Nadson a DHPP, foi preciso levá-lo a uma unidade de saúde da cidade.
Com a prisão de Nadson, o adolescente de 16 anos foi apreendido na casa de um tio, em Marechal Rondon, e encaminhado à Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI). Com eles foram encontrados diversos objetos da vitima, como roupas, monitor, perfumes, e o valor de R$ 150.
Após a apresentação, em coletiva conduzida pelo delegado Marcelo Sansão, Nadson foi encaminhado ao Núcleo de Prisão em Flagrante (NPF), no Complexo Penitenciário da Mata Escura e responderá por latrocínio (roubo seguido de morte) e corrupção de menores, um dos crimes pelo qual foi preso da última vez.
(Foto: LD Notícias)