A prefeitura de Paris realizou uma operação na manhã desta quinta-feira para desalojar centenas de pessoas dos dois maiores acampamentos de imigrantes da cidade. A cada semana mais numerosas, as tendas azuis, verdes e laranjas em condições precárias deverão ser desmontadas para que os imigrantes sejam levados a centros de acolhimento nas próximas semanas, segundo a prefeita parisiense, Anne Hidalgo, que prometeu ativar em breve mais seis novas unidades na região.
Com imigrantes vindos da Eritreia, do Sudão, da Líbia e de outros países africanos, o maior acampamento se formou na estação de Austerlitz, na região sudeste de Paris. O abrigo improvisado para mais de 500 pessoas cresceu consideravelmente ao longo dos últimos meses, inclusive por conta dos desalojamentos de cinco outros assentamentos da cidade em junho. Ao norte da capital, outras 300 pessoas foram removidas na manhã desta quinta-feira em ônibus da prefeitura.
Com autorização judicial, Anne ordenou a operação conduzida por assistentes sociais e policiais sob a justificativa de priorizar os refugiados que chegaram ao país há mais tempo. Alguns dias antes, a prefeita reagiu às pressões sobre a reação da cidade à crise migratória, afirmando que não pretende manter estes refugiados nas ruas enquanto sírios e iraquianos vindos da Alemanha nos últimos dias recebem assistência imediata nos centros de acolhimento.
Seria aberrante dizer que aqueles que chegam agora serão assistidos rapidamente enquanto deixa os os outros do lado de fora. Eu quero tranquilizá-los — disse a prefeita.
Depois das remoções, a capital francesa ainda terá pelo menos outros dois acampamentos, que também abrigam outras centenas de pessoas. Muitos refugiados afirmam, no entanto, que não querem ser levados para os centros de acolhimento, já que estão apenas no caminho para a cidade de Calais, de onde esperam seguir viagem para o Reino Unido.
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