Criminosos incendiaram um caminhão e tentaram derrubar uma torre de telefonia em Fortaleza nesta terça-feira (15), 14ª noite seguida de uma série de ataques que atinge o Ceará desde o dia 2 de janeiro. Desde o início da onda de violência, foram confirmados 206 atentados em 46 dos 184 municípios do estado.
Os ataques começaram em Fortaleza, foram para a Região Metropolitana e também se espalharam por diversas cidades do interior do estado. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, 375 pessoas foram capturadas por envolvimento nos crimes.
O Ministério da Justiça confirmou que enviará um reforço de 355 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para o estado. O governo do estado comunicou que convocará 1,2 mil policiais militares da reserva irão voltar às ruas para reforçar o combate aos ataques. Tropas da Força Nacional também seguem reforçando as ações no estado.
O caminhão foi incendiado por dois homens, que colocaram gasolina e atearam fogo no veículo em frente ao mercado do Bairro Carlito Pamplona. O crime ocorreu por volta das 23h30, segundo a polícia.
Os suspeitos ainda tentaram incendiar outros veículos que estavam próximos ao caminhão, mas a população local conseguiu impedir novos crimes e chamou a polícia. Os próprios moradores ajudaram a apagar as chamas. O veículo incendiado era usado para fazer a entrega de peixes.
Presos em torre
Por volta das 19h30, três homens foram presos suspeitos de tentar atacar uma torre de telefonia com bombas caseira (coquetel molotov) na Avenida Dioguinho, no Bairro Praia do Futuro, também na capital. Policiais que passavam próximo ao local perceberam a movimentação e conseguiram impedir a ação criminosa.
O trio foi levado para a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), unidade que está investigando a sequência de ataques no Ceará. A polícia continua investigando se outra pessoa também estava participando desta ação.
Entenda o que está acontecendo no Ceará
O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios.
O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.
Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior.
O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.
A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.
A onda de violência afastou turistas e fez a ocupação hoteleira no estado cair.
35 membros de facções criminosas foram transferidos do Ceará para presídios federais desde o início dos ataques, segundo o último balanço do Ministério da Justiça.
G1 // AO