O médium João de Deus, preso e denunciado por abusos sexuais durante tratamentos espirituais e suspeito de posse ilegal de armas, deve ser interrogado, nesta segunda-feira (14), pelo Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO). Esta será a 2ª vez que o detento prestará depoimento ao órgão. A expectativa é que ele seja questionado sobre as suspeitas de crimes sexuais em vítimas de Goiás, Distrito Federal e de São Paulo.
Em todas três vezes em que já foi ouvido – duas pela Polícia Civil e uma pelo MP-GO – o médium negou que tenha praticado quaisquer crimes.
O depoimento do médium está previsto para ocorrer na tarde desta segunda-feira, no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, onde João de Deus está preso desde o último dia 16 de dezembro.
De acordo com a promotoria, o objetivo do interrogatório do médium é reunir informações para a próxima denúncia que o MP-GO quer finalizar.
“Algumas dessas vítimas são de outros estados e prestaram depoimento nas suas respectivas localidades. Esses depoimentos estão reunidos nesse procedimento e, no início da próxima semana, pretendemos oferecer essa segunda denúncia relaciona a crimes contra a dignidade sexual das vítimas”, afirmou o promotor Augusto César Borges Souza.
Vezes em que João de Deus já foi ouvido
O médium já foi ouvido três vezes pelo MP-GO e pela Polícia Civil:
Dia da prisão | 16 de dezembro de 2018 – Depoimento prestado na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, sobre as suspeitas de abuso sexual.
10 dias após prisão | 26 de dezembro de 2018 – Ouvido na sede do MP-GO, em Goiânia, sobre crimes sexuais.
Posse ilegal de armas | 9 de janeiro de 2019 – Médium foi ouvido na cadeia, em Aparecida de Goiânia, sobre armas encontradas em endereços dele.
Advogado dele, Alberto Toron, disse que seu cliente está abatido e tenta conseguir a soltura dele ou a transferência para prisão domiciliar.
No Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) o pedido de habeas corpus havia sido negado em caráter liminar e, ao ir para julgamento da Corte, foi suspenso para vistas a pedido de um desembargador;
No Superior Tribunal de Justiça (STJ) o habeas corpus também foi negado em caráter liminar;
A defesa desistiu do habeas corpus do médium em relação ao mandado de prisão por suspeita de abusos sexuais que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF). Advogado disse que desistência foi estratégica.
Processos contra João de Deus
| Ação na Justiça: João de Deus já virou réu após denúncia do Ministério Público por violação sexual e estupro de vulnerável (o processo cita 4 vítimas);
| Investigação: a Polícia Civil indiciou o médium por dois casos de violação sexual mediante fraude, sendo que um deles foi incluído na denúncia do MP. Em relação ao segundo indiciamento, o MP ainda não ofereceu denúncia;
| Investigação: a polícia também indiciou João de Deus por posse ilegal de armas. O MP também deve analisar este
G1 // /AO