Os presidentes dos países-membros e Estados associados ao Mercosul iniciaram uma cúpula em Montevidéu, nesta terça-feira, 18, com a esperança de avançar em uma reforma do bloco. A ameaça do futuro presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de se retirar do grupo se não houver maiores vantagens para o Brasil, é o pano de fundo deste encontro aberto pelo presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.
Em seu discurso de abertura, o presidente anfitrião, que deu boas-vindas a seus colegas Mauricio Macri (Argentina), Michel Temer (Brasil) e Mario Abdo Benitez (Paraguai), bem como a Evo Morales, presidente da Bolívia, que é Estado associado ao bloco, apontou que o Mercosul deve buscar a "melhoria do comércio intrazona".
Na segunda-feira, após uma reunião de chanceleres do Mercosul, o atual ministro brasileiro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse que o bloco é "uma prioridade" para o Brasil, embora Bolsonaro tenha dado sinais claros de que irá rever os acordos existentes desde 1991.
Os chanceleres concordaram em que a posição brasileira abre uma "oportunidade" para "discutir melhorias e um refinamento" do bloco, que funciona como uma união aduaneira, mas perdeu dinâmica em suas decisões de negociação e ainda não conseguiu concluir um acordo de livre-comércio com a União Europeia.
O Uruguai vai transferir a presidência rotativa do bloco para a Argentina, e o Mercosul vai se despedir de Temer, que deixará a presidência do Brasil no primeiro dia de 2019.
Vázquez afirmou que "não seria apropriado ignorar as circunstâncias" em que Temer chegou à presidência, após o impeachment de Dilma Rousseff, mas ressaltou seu "compromisso com o Mercosul" e pediu aplausos para o presidente em final de mandato.
AFP // AO