O Departamento Geral de Polícia da Baixada Fluminense (DGPB) realiza na manhã desta segunda-feira (17) uma operação contra o tráfico de drogas no município de Japeri e que tem como objetivo desarticular uma quadrilha com atuação no tráfico de drogas e que seria responsável por homicídios, roubos e extorsões no Complexo do Guandu. Por causa das investigações, 32 mandados de prisão foram expedidos. Até 7h07, 11 mandados de prisão foram cumpridos.
A ação, batizada de Fúrio, faz alusão a Marco Fúrio Camilo, ditador romano que derrotou Breno, saqueador celta que liderou o exército gaulês que capturou e sequestrou a cidade de Roma na Antiguidade.
O tráfico de drogas no Guandu, em Japeri, é liderado por Breno da Silva Souza, que possui o mesmo nome do sequestrador da cidade de Roma. Sob seu comando, os traficantes passaram também a roubar cargas e veículos, principalmente na RJ-493, no Arco Metropolitano, e exigir pagamentos mensais de empresários e comerciantes da região para que estes pudessem desenvolver suas atividades. Caso não pagassem, eles sofriam atentados. Atualmente, Breno está preso.
“Esse grupo de pessoas se reuniu para o fim do tráfico de drogas e para extorquir comerciantes e moradores. As investigações duraram cerca de cinco meses”, destacou o delegado Deoclécio de Assis.
Breno é o traficante que, em julho deste ano, caiu em escutas telefônicas pedindo ajuda ao prefeito de Japeri, Carlos Moraes, para se livrar da polícia. Moraes foi detido na Operação Sênones.
O traficante Breno da Silva Souza, antes de ser flagrado na escuta, tentou forjar a própria morte, com documentos que atestavam o seu óbito. As investigações apontam que ele coordenava roubos de carga pela região.
Ele é um dos denunciados pelo assassinato dos vigilantes Jonas Souza da Silva e Benedito Charles da Silva, em maio de 2017, mortos durante assalto a um caminhão de carga no Arco Metropolitano.
De acordo com a polícia, no período entre 2013 e 2015, a facção Comando Vermelho dominava o tráfico de drogas na área. Com a prisão do líder da facção, Ipojucan Soares de Andrade, conhecido como Coroa, ascenderam ao poder os comparsas Breno e Jairo Rodrigues Alves, vulgo Paizão.
Insatisfeitos com a gestão de Coroa, Breno e Paizão associaram-se à facção Amigos dos Amigos (ADA) e contaram com o fornecimento de armas de Carlos José da Silva Pimenta, o Arafat, líder do tráfico de drogas na comunidade da Pedreira.
A partir daí iniciou-se uma guerra entre facções na região, já que a Ada passou a controlar o tráfico de drogas em Engenheiro Pedreira e o Comando Vermelho manteve domínio sobre as comunidades de Japeri.
Em meados de 2017, com a autorização de Celso Luís Rodrigues, conhecido como Celsinho da Vintém, a Ada se aliou ao Terceiro Comando Puro e deu origem à facção Terceiro Comando dos Amigos (TCA).
Com a disputa entre ADA e CV pelo comando da Rocinha, a união perdeu força e Arafat, que apoiava Breno, mudou de facção. Ele, por sua vez, não aceitou trocar e se recusou a devolver os fuzis que havia recebido. Jairo já estava preso. Assim, ele passou a não apenas operar o tráfico, mas usar as armas para roubar caminhões e extorquir comerciantes.
G1 // AO