A Polícia Civil do Rio e Ministério Público do Rio cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do vereador Marcello Siciliano (PHS), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na manhã desta sexta-feira (14). Segundo a polícia, o mandado tem relação com os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Por volta das 10h40, o vereador compareceu, voluntariamente, à Cidade da Polícia, na Zona Norte, para prestar esclarecimentos.
"Continuo indignado com essa acusação maligna que fizeram a meu respeito. Estou aqui me colocando à disposição da Justiça para o que for preciso. Tenho certeza que no final disso tudo vão ver que foi uma baita covardia que tentaram fazer comigo. Quero que isso se resolva, minha família está sofrendo, tenho certeza que a familia da Marielle nao merece isso, merece a verdade. A verdade que tem que vir à tona", alegou o vereador.
Siciliano chegou a prestar depoimento durante as investigações, assim como outros vereadores. O parlamentar nega todas as acusações.
O G1 tentou entrar em contato com a assessoria do vereador, mas até a publicação desta reportagem não tinha conseguido.
Morta por grilagem
O secretário de Segurança Pública do Rio, Richard Nunes, afirmou, em entrevista ao jornal "Estado de São Paulo", que a vereadora Marielle Franco foi morta por milicianos que acreditavam que ela poderia atrapalhar negócios de grilagem de terras na Zona Oeste do Rio.
Nesta manhã desta sexta (14), faz nove meses que a vereadora e o motorista Anderson Gomes foram executados no Rio. Na quinta (13), a Delegacia de Homicídios fez uma operação em dois estados para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão relacionados aos crimes, ams ninguém foi preso na ação.
A operação foi realizada para prender milicianos – alguns suspeitos de envolvimento no crime, que ocorreu no dia 14 de março.
Os policiais estiveram em 15 endereços, inclusive fora do estado, como em Juiz de Fora, em Minas. No RJ, equipes estão na Zona Oeste do Rio; em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense; em Petrópolis, na Região Serrana; e em Angra dos Reis, na Costa Verde.
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No local, os agentes apreenderam um tablet, um computador, HD e documentos. Eles também arrancaram da parede um cofre, que não conseguiram abrir. A mulher do vereador, Verônica Garrido, foi levada num táxi para prestar depoimento como testemunha.
Também houve apreensão de computadores no gabinete do parlamentar, na Câmara de Vereadores do Rio, no Centro. A porta do escritório precisou ser arrombada.
Todo o material será levado para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), que investiga o caso.
Durante as investigações, uma testemunha falou para a Polícia Civil e para a Polícia Federal que o vereador Marcello Siciliano planejou a morte de Marielle, junto com o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica.
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