O ex-ministro da Integração Nacional (Governo Lula) e da Fazenda (Governo Itamar Franco) Ciro Gomes (PDT) virou réu em queixa-crime apresentada pelo governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), por supostos crimes de calúnia e difamação. A queixa foi recebida pela juíza Simone de Faria Ferraz, da 16.ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, e é a terceira movida pelo tucano contra o ex-candidato à Presidência.
A defesa de Doria alega que o pedetista teria caluniado e difamado o tucano em diversas ocasiões, chamando-o de “farsante”, “despreparado” e “engomadinho”. O advogado Fernando José da Costa cita evento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em maio de 2017 no qual Ciro teria dito que a fortuna de Doria veio de “lobby” e “tráfico de influência” e “dinheiro público dos governos do PSDB de São Paulo e Minas Gerais”.
Durante a palestra, Ciro teria dito que “esses piqueniques de barão que ele (Doria) promove tudo é financiado por dinheiro público”, alegam os advogados de Doria.
Os advogados de Doria também citam fala do pedetista no qual ele afirma preferir “mil vezes um cara como Bolsonaro do que um farsante como Doria” durante evento do PDT em Brasília, no qual foi nomeado vice-presidente do partido.
A queixa-crime aceita pela Vara Criminal do Rio é a terceira apresentada por Doria contra Ciro Gomes em casos de suposta calúnia e difamação. As outras duas ações foram encaminhadas para varas criminais em São Paulo e Brasília.
Ao todo, o Ciro Gomes se tornou réu por dois delitos de calúnia e quatro de difamação. Ao aceitar a queixa-crime, a juíza Simone Ferraz afirma que os fatos apresentados nos autos conferem “a justa causa necessária para o recebimento da denúncia”. A magistrada concedeu dez dias à defesa de Ciro Gomes para apresentação de uma resposta por escrito.
Defesa
Segundo a assessoria de Ciro Gomes, a defesa ainda não foi notificada da decisão e somente irá comentar após notificação.
Estadão // AO