Polícia

Com mobilização de delegados, investigações são paralisadas na Bahia

Dezenas entregaram cargos em protesto contra PEC do teto de Rui

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O trabalho da Polícia Civil nas delegacias da Bahia nessa quarta-feira (12) se resumiu basicamente ao registro de ocorrências no plantão policial, como o registro de flagrantes e expedição de guias para perícias.

As investigações importantes deixaram de ser feitas um dia depois da entrega dos cargos por cerca de 200 delegados que integram a cúpula da Polícia Civil da Bahia, em protesto contra a proposta de reforma administrativa do governador Rui Costa (PT).

Os delegados se queixam principalmente da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que impõe o salário do governador como teto para os servidores públicos. Eles estimam perdas salariais de 40% com a proposta, chamada de “PEC do teto” ou "PEC de Rui".

Há perspectiva de legistas e peritos da Polícia Técnica também entregarem cargos em comissão, mas por enquanto, conforme a apuração do CORREIO, essa situação ainda não ocorreu e os departamentos de polícia técnica (DPT) funcionam normalmente.

Na Bahia, são 26 coordenadorias de polícia do interior (Coorpin), as quais estão subordinadas as demais delegacias e DPTs. Nas Coorpins é que estão concentradas as principais ações da Polícia Civil com investigações de grande relevância.

Posicionamento
Nessa quarta, diante dos protestos, a pasta divulgou ainda que as chefias das polícias Militar, Civil e Técnica permanecem nos cargos.

"Os profissionais da Segurança Pública das polícias Civil, Militar e Técnica (delegados, escrivães, investigadores, oficiais, praças e peritos) garantiram a permanência nos cargos de chefia das instituições, em reunião no Centro de Operações e Inteligência, na manhã desta quarta-feira (12). A decisão foi tomada após encontro liderado pelo secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, para esclarecer as propostas do Governo do Estadual que visam a estabilidade das contas do estado", afirma comunicado divulgado pela pasta.

Segundo a nota, Barbosa reuniu o procurador-geral do Estado, Paulo Moreno, o secretário da Administração, Edelvino Góes, o delegado-geral da Polícia Civil, Bernardino Brito, o comandante-geral da PM, Anselmo Brandão, e o diretor do Departamento de Polícia Técnica, Élson Jeffesson, para explicar os detalhes do documento aos diretores de departamentos da PC e DPT e comandantes da PM, além reafirmar o compromisso de que não haverá perdas para as categorias. "Os profissionais do Corpo de Bombeiros também terão os direitos assegurados. Dúvidas das classes, que mantêm os atendimentos nas unidades, foram sanadas", destaca a SSP-BA.

Correio // AO