A pressão contra o indulto natalino a condenados por crimes de corrupção é o assunto mais comentado entre brasileiros no Twitter neste momento, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julga a validade das regras do indulto concedido pelo presidente Michel Temer em dezembro de 2017.
A expressão #indultonão é impulsionada por procuradores e membros da força-tarefa da Operação Lava Jato, que argumentam que a concessão do indulto a quem cometeu crimes de colarinho branco representaria o desmonte das investigações.
"Você acha razoável perdoar e mandar para casa corruptores e corrompidos que depois de investigados, descobertos, processados, julgados e condenados em diversas instâncias, tenham cumprido apenas 20% (1/5) ou 16,6% (1/6) da pena? Não, né?!", escreveu o procurador Roberson Pozzobon, integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Mais cedo, o coordenador da força tarefa no Ministério Público Federal no Paraná, Deltan Dallagnol, publicou um vídeo nas redes sociais afirmando que o decreto tem um efeito "devastador" no País. Ele citou um levantamento apontando que, de 39 pessoas condenadas na Lava Jato, 85% sairiam da prisão se as regras do indulto forem aplicadas neste e no próximo ano. Para Dallagnol, criminosos se sentiriam desmotivados a firmar acordos de colaboração premiadas se já tivessem garantidos o perdão de suas penas com o indulto.
Estadão // AO