Em carta destinada aos evangélicos, Fernando Haddad diz que o medo e a mentira são semeados desde as eleições de 1989 contra candidatos do PT. Segundo ele, que não cita nominalmente seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), as peças veiculadas são "de baixo nível" e "agridem a inteligência das pessoas de boa vontade".
"Desde as eleições de 1989, o medo e a mentira são semeados entre o povo cristão contra candidatos do PT. Comunismo, ideologia de gênero, aborto, incesto, fechamento de Igrejas, perseguição aos fiéis, proibição do culto: tudo o que atribuem ao meu futuro governo foi usado antes contra Lula e Dilma", diz o texto.
"As peças veiculadas, de baixo nível, agridem a inteligência das pessoas de boa vontade, que não se movem pelo ódio e pela descrença", completa.
O documento será distribuído nesta quarta-feira (17) em encontro de Haddad com líderes evangélicos em São Paulo. O ato é uma tentativa de conter o avanço de Bolsonaro no segmento religioso —segundo o Datafolha, o capitão reformado tem o apoio de quase 70% dos evangélicos, eleitorado tradicionalmente petista.
Na carta, Haddad cita Salmos que fazem referência a "calúnias": “Ó Deus, a quem louvo, não fiques indiferente, pois homens ímpios e falsos, dizem calúnias contra mim, e falam mentiras a meu respeito.” (Salmos 109:1-2) e diz que sua vida cristã, sendo neto de um líder religioso e casado há 30 anos com a mesma mulher, é "a prova" que tem para desmentir as notícias falsas contra ele.
A campanha de Haddad se preocupa por não ter conseguido até agora encontrar um método eficaz para combater as fake news contra o petista.
"Nenhum dos nossos governos encaminhou ao Congresso leis inexistentes pelas quais nos atacam: a legalização do aborto, o kit gay, a taxação de templos, a proibição de culto público, a escolha de sexo pelas crianças e outras propostas, pelas quais nos acusam desde 1989, nunca foram efetivadas em tantos anos de governo. Também não constam de meu programa de governo", diz o texto.
Folha//// Fiigueiredo