Política

Rui Costa é reeleito governador da Bahia com 75,42% dos votos

Em coletiva no Rio Vermelho, o governador agradeceu aos eleitores pela conquista

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Rui Costa, ao lado de Jaques Wagner e Angelo Coronel - Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE

 

O governador Rui Costa (PT) foi reeleito neste domingo, 7, no primeiro turno das eleições 2018, para mais quatro anos à frente do Governo da Bahia. O petista obteve 75,45% dos votos válidos, contra 22,30% do segundo colocado, o candidato Zé Ronaldo (DEM).

A confirmação do resultado foi feita por volta das 21h30, quando 89,5% das urnas no estado haviam sido apuradas. Com a vitória, Rui Costa segue o caminho do antecessor, o também petista Jaques Wagner, que venceu duas eleições no primeiro turno, ocupando o posto de governador entre 2007 e 2015.

Em coletiva no Rio Vermelho, o governador agradeceu aos eleitores pela conquista. "Teremos um governo que não será de um partido, mas para todos os brasileiros e por todas as forças políticas que possamos reunir para desenvolver novos pilares.

Longo crescimento ao nosso país. Que Deus nos abençoe e muito obrigado a esse povo maravilhoso da Bahia. Eu não tenho palavras para agradecer, a emoção é muito grande", disse o petista.

Durante o discurso, Rui Costa também aproveitou o momento para falar dos pais e da criação que teve. "Quero dedicar essa vitória a Deus, ao povo da Bahia e aos meus pais, onde eles estiverem. Essa vitória é para vocês dois, que formaram todos os meus valores de vida e me fizeram chegar até aqui.

Onde vocês estiverem, ao lado de Deus, acho que estarão muito orgulhosos ao ver alguém que nasceu na favela e passou por muitas dificuldades receber hoje esse carinho e essa votação histórica na Bahia. E nós havemos de devolver isso com muito trabalho, com mais 'correria' e mais dedicação".

Segundo o cientista político e professor Cláudio André de Souza, a reeleição de Rui Costa já no primeiro turno – e com certa folga em relação aos demais candidatos – foi o resultado de três fatores percebidos durante o primeiro mandato como governador.

“Primeiro, é um governo muito bem avaliado, que conseguiu alocar políticas públicas e recursos em áreas que passaram a ser governadas pela oposição a partir de 2013, como Camaçari, Candeias e também em Salvador, governada por ACM Neto. O segundo ponto é que ele conseguiu estabilizar uma aliança política que tem muita força no eleitorado do centrão baiano, com o PP, PR e PSD. Além disto, há também a questão federal, que impulsionou essa vinculação dele a uma parte do eleitorado”, ressalta.

Com a reeleição, Rui terá de enfrentar desafios em três grandes áreas, como aponta o especialista: emprego e renda, visto que Salvador e região metropolitana possuíam cerca de 513 mil desempregados, segundo o último levantamento divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI); segurança pública, que também é uma questão nacional; e educação, que tem sido uma das principais preocupações, com base nos últimos dados divulgados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Segundo Cláudio de Souza, a tendência é que, para o segundo mandato, o governador mantenha a estratégia de investir em áreas do estado governadas pela oposição. Além disto, o resultado das eleições em âmbito federal também vai impactar diretamente na distribuição dos recursos e na articulação política de Rui com os aliados do centrão, que pode ser modificada de acordo com a eleição do novo presidente.

“Algo que também fica em aberto é a situação do senador Otto Alencar, como ele tem se preparado como uma liderança política neste cenário e se colocará no governo para construir a sucessão de Rui Costa. Ele vai construir as estratégias de acordo com este horizonte, que pode vir a ser uma eleição em 2022”, destaca o cientista político.

Campanha positiva

Além de vencer o principal adversário, Rui Costa também superou os candidatos Marcos Mendes (Psol), com 0,69%, João Henrique (PRTB), que recebeu 0,59% dos votos, Célia Sacramento (Rede), com 0,48% e Orlando Andrade (PCO), com 0,48%.

Desde o início da campanha eleitoral, o petista se manteve à frente dos outros candidatos, segundo apontavam as pesquisas. No primeiro levantamento, divulgado no dia 22 de agosto pela Real Time Big Data, Rui chegou a 34% na pesquisa espontânea, contra 10% do segundo colocado, o candidato Zé Ronaldo. Já na pesquisa estimulada (quando os nomes dos candidatos são citados), o governador reeleito alcançou 51%, contra 18% do democrata.

Segundo o mesmo instituto, Rui Costa detinha 54% das intenções de voto no dia 27 de agosto, contra 16% de Zé Ronaldo e 2% de João Henrique. Esta pesquisa mostrou ainda que o candidato do PT liderava a preferência dos eleitores em todas as regiões do estado. Já na pesquisa estimulada do dia 25 de setembro, o petista alcançou 56%, contra 16% de Zé Ronaldo.

Já no levantamento divulgado no dia 3 de outubro, Rui apareceu com 57% das intenções de voto, contra 16% de Zé Ronaldo. Considerando apenas os votos válidos, a pesquisa trouxe o petista com 72% da preferência, contra 21% do segundo colocado. 

Seguindo a mesma tendência, as pesquisas realizadas pelo Ibope mostraram o governador reeleito bem à frente dos adversários. No dia 22 de agosto, o petista estava com 50% das intenções de voto, contra 8% de Zé Ronaldo , 3% de João Henrique, 2% de Marcos Mendes e 1% de Célia Sacramento, João Santana e Orlando Andrade. No levantamento divulgado no dia 18 de setembro, Rui Costa aparecia com 60% das intenções de voto, contra 7% de Zé Ronaldo e 2% de João Henrique. Os outros candidatos pontuaram em 1%.

Apesar de liderar a corrida eleitoral em todas as pesquisas, Rui Costa preferiu não comentar o desempenho durante a campanha. Em sua primeira eleição, em 2014, o petista aparecia perdendo no primeiro turno para o então adversário, Paulo Souto (DEM), mas a resposta das urnas mostrou o contrário. Desta vez, no entanto, o resultado confirmou a tendência demonstrada pelos eleitores entrevistados, que indicava a vitória do petista.

 

A Tarde //  Figueiredo