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Justiça aceita denúncia e 14 viram réus por associação criminosa no trecho norte do Rodoanel

Entre os réus, está Laurence Casagrande, ex-secretário de Alckmin e ex-presidente da Dersa.

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A Justiça Federal aceitou a denúncia do Ministério Público Federal e tornou rés 14 pessoas acusadas de participar de um esquema que desviou cerca de R$ 625 milhões das obras do trecho Norte do Rodoanel. Não houve pedido de prisão.

Entre elas está o ex-presidente da Dersa e ex-secretário de Transportes do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), Laurence Casagrande Lourenço, e o diretor de engenharia da estatal, Pedro da Silva. Eles são acusados de fraude à licitação, falsidade ideológica e associação criminosa.

Laurence foi secretário de Logística e Transportes de São Paulo, entre maio de 2017 e abril deste ano, durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo a denúncia feita pelo MPF em 27 de julho, a primeira da Operação Pedra no Caminho, o grupo fraudou contratos no trecho norte do Rodoanel entre outubro de 2014 até a junho. As obras começaram em 2013 e não foram concluídas.

Em agosto deste ano, a Justiça já havia determinado a suspensão das atividades públicas de parte dos acusados, que atuam ou atuavam na Dersa, e das atividades econômicas dos que atuam em empresas privadas.

Segundo a juíza, a denúncia do MPF “está lastreada em suficientes elementos de prova, instruída por satisfatório número de documentos que indicam a materialidade de delitiva e indícios de autoria”.

A decisão, publicada nesta terça-feira (2), considerou todas as defesas apresentadas pelos réus, "mas nenhum dos argumentos convenceu a magistrada a absolver previamente qualquer dos acusados".

"Sem sombra de dúvida, há mais de dez anos existe uma organização criminosa dentro da Dersa, que desvia dinheiro público. Isso já desde a gestão anterior, em que estava à frente como diretor de engenharia o senhor Paulo Vieira de Souza, e depois continuou com Pedro da Silva, que era seu substituto então naquela época", afirmou a procuradora da República Anamara Osório Silva, que integra a Força Força Tarefa da Lava Jato em São Paulo.

Em nota, a defesa de Laurence afirmou que a tese acusatória contra seu cliente "é mais uma evidência de que houve prejulgamento, conforme já se demonstrou em exceção de suspeição."

O texto ainda afirma que "foram ignorados todos os demais fundamentos apresentados pela defesa de Laurence – e dos demais denunciados – para demonstrar a impossibilidade de recebimento da denúncia. Basta ler a decisão para se constatar que nenhum dos argumentos defensivos foi apreciado."

G1 // AO