Foi apresentado na manhã desta quarta-feira (02), em coletiva na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), no CAB, o assassino e réu confesso da estudante de medicina Marianna Teles, Gilmário Alves do Nascimento, 20 anos. Além dele, que foi o autor do disparo e já tem passagens por tráfico de drogas, Jackson Leones Almeida Carneiro, 20 anos, Fábio dos Santos, o “bibi”, de 25 anos e Marcos dos Santos Ferreira, de 24 anos, também foram apresentados.
Integrantes de uma mesma quadrilha, todos os quatro já vinham realizando crimes na cidade. No dia do assassinato de Mariana, antes de chegar ao local do crime, Gilmário encontrava-se na companhia de mais um adolescente de 13 anos, apontado por conduzir o veículo de marca Citroen, que os levou até o local do fato, veículo este ainda procurado pela polícia. O adolescente que não teve o nome identificado, já está sob o poder da polícia.
“Gilmário e o adolescente chegaram ao local do crime no veículo Citroen, também roubado, cujas chaves já apreendemos. Segundo relatos dele, a intenção era apenas de roubar o carro, onde eles recebem cerca de R$ 1.200 a R$ 2 mil pela ação. Em seguida os carros roubados são levados para Feira de Santana, onde são desmanchados. Vale ressaltar que a prática do roubo sempre acontecia na região do Costa Azul”, contou a delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Andreia Ribeiro.
A delegada disse ainda que após o primeiro disparo o adolescente de 13 anos evadiu sozinho, momento em que Gilmário dá o segundo tiro: “Ele disse que só atirou após a vítima esboçar uma reação de correr, momento em que ele perdeu o controle da situação efetuando os disparos. Em seguida Gilmário foge roubando um segundo veículo, este já apreendido”.
Após o crime, muito se falou sobre uma bolsa que Marianna havia lançado pelo portão, fato que a delegada nega: “Isso não foi confirmado pelo autor do disparo e nem pelas filmagens analisadas pelo Departamento de Polícia. Observou-se apenas a estudante tentando correr em direção ao prédio do namorado e depois que é atingida, tocando o interfone. Em nenhum momento há registros dela jogando a bolsa ou de Gilmário levando algum pertence da vítima”, esclareceu Andreia, lembrando ainda que o Citroen sempre foi utilizado pela quadrilha para cometer os delitos.
Andreia contou também que após o crime, a quadrilha se reuniu e queimaram as roupas que estavam usando, na intenção de apagar os sinais, com exceção do tênis: “Eles queimaram roupas e outros objetos, como celulares. Na verdade eles tentaram apagar vestígios que os levariam ao crime”.
Arrependimento – Durante apresentação, os comparsas de Gilmário negaram amizade com ele, além de qualquer tipo de participação no crime: “Não tenho nada com isso não meu amigo. A polícia bateu na minha casa, mas nem na rua fui no dia, nem daqui sou. Nem esse cara conheço”, disse Jackson.
“Não tenho nada com isso não senhor. Gilmário levou a polícia na minha casa e eles não encontraram nada. Em não tive participação no crime. Agora estou sendo acusado de tráfico, roubo e um monte de coisas sem ter envolvimento algum. Não conheço Gilmário, nunca ví na vida”, defendeu-se Marcos que já tem passagem pela polícia.
Sempre questionado pelo motivo no qual o motivou no crime, Gilmário passou parte da apresentação se negando a falar: “Não quero falar nada não, não tenho nada a dizer”. Depois de muita insistência, ele confessou estar arrependido do crime: “Quero pedir desculpas a família, estava com droga na mente, pedra que uso há pouco tempo. Que a família me desculpe pelo que fiz”, confessou ele assumindo que atirou contra a estudante com um revólver: “Atirei com um revólver. Nunca fiz isso”, concluiu.
Vale lembrar que todos os acusados fazem parte da facção de drogas do Inferninho, localizado no bairro do Costa Azul.
(Foto: LD Notícias)