O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou na noite desta terça-feira que irá para o segundo turno das eleições e que o próximo presidente tomará posse "em dia de chuva com lata d’água na cabeça".
Disse ainda ficar preocupado em ver o Brasil ir para os extremos e avaliou que isso pode ser muito ruim para o país.
“Ninguém está convidando ninguém para um banquete. Quem ganhar a eleição é subir a rampa [do Palácio do Planalto, para tomar posse] em dia de chuva com lata d’água na cabeça. Não é fácil", afirmou em entrevista ao Jornal da Globo.
Ele também falou que é a favor de uma idade mínima na reforma da Previdência e um tempo mínimo de contribuição para ter direito ao benefício. Questionado sobre qual seria a idade mínima, Alckmin falou que sua proposta será para combater privilégios.
Perguntado sobre o seu desempenho atual nas pesquisas em São Paulo, após bons resultados do PSDB e partidos coligados nas últimas eleições e hoje não liderar sequer no próprio estado, avaliou que todos os partidos estão fragilizados.
"Todos, inclusive o meu. Eu reconheço, todos estão fragilizados. Em termos de rejeição, eu tenho das menores rejeições. A gente fica muito impactado com pesquisa eleitoral, mas as últimas eleições todas mostram que a decisão do voto ela é cada vez mais perto do dia da eleição. A pesquisa de quatro dias antes da eleição é uma, de três dias antes é outra, de dois… E no dia, no dia às vezes muda nove por cento", enfatizou.
Ele foi questionado a que atribui o fato de não ter crescido nas pesquisas eleitorais, apesar de ter muito mais tempo de televisão que os rivais. Alckmin tem 7% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope divulgada na noite desta terça-feira (18) – eram 9% em 4 e em 11 de setembro e 7% em 28 de agosto.
Sem esconder o otimismo, Alckmin afirmou que irá para o segundo turno. "Se pegar a eleição em que fui candidato à Presidência da República [em 2006], a 12 dias da eleição a minha diferença do Lula era 24 pontos na pesquisa, na hora em que abriu a urna eram sete pontos, diferença de 17 pontos".
Ele analisou que "uma parte do eleitor que está ali com Bolsonaro, ele está com medo do PT, então ele acha que o Bolsonaro é o que pode ganhar a eleição do PT. É o contrário, o Bolsonaro é o passaporte para a volta do PT porque no primeiro turno tem 13 candidatos, eu escolho um, no segundo turno ficam dois, é rejeição: eu não quero este voto no outro. O Bolsonaro é a maior rejeição, eu tenho das menores. Eu acredito que a última onda, que é a onda que vale, nós vamos chegar lá pra mudar o Brasil", conjecturou.
BN // ACJR