O candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou no último domingo (16), durante ato de campanha em frente ao portão 8 do Parque Ibirapuera, em São Paulo, que homens e mulheres "decentes" não merecem ser obrigados a fazer uma escolha entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição.
Na mais recente pesquisa de intenção de voto do instituto Datafolha, divulgada na sexta (14), Haddad saltou de 9% para 13% e empatou com Ciro, que também soma 13%. Jair Bolsonaro tem 26%.
"Eu quero organizar todos os brasileiros, homens e mulheres decentes, que dão valor ao trabalho e que não querem ser levados a um segundo turno que os leve a escolher entre o fascismo ou premiar todas as contradições gravíssimas do PT. Isso é uma escolha que o brasileiro não merecia", declarou.
Mas, segundo Ciro Gomes, há um movimento em curso que, afirmou, permitirá "um final feliz em que vamos eleger o fim da polarização odienta, do ódio na política, e vamos construir um projeto nacional de desenvolvimento encantador".
Ele disse pretender "unir" o Brasil, mas não "todo mundo". "Quero unir o cidadão que trabalha, que respeita as diferenças, respeita as orientações sexuais diversas, as mulheres, negros, indígenas, meio ambiente, esse Brasil. O resto temos que derrotar, esse gueto de fascistas violentos, egoístas, que introduzem a cultura do ódio no Brasil", afirmou, em referência a apoiadores de Bolsonaro.
O candidato também criticou o PT, que, segundo disse, "não pensa no Brasil faz muito tempo".
"Se nós pedirmos para o povo refletir onde começa essa tragédia que nós estamos vivendo, qual é a data do desemprego, onde começam a quebrar as contas, onde se vulnerabilizou, o colapso da propria democracia, é o PT. O PT em aliança com Renan [Calheiros], Eunício [Oliveira], Eduardo Cunha. Isso que estão fazendo de novo. Não aprendeu rigorosamete nada – no Ceará, Haddad se juntou com ele [Eunício]", declarou.
Questionado sobre como combater a corrupção, respondeu que é "com exemplo, vindo de cima".
"Quero lembrar ao meu querido amigo Haddad que tem muita gente que não é investigada no Brasil – eu, Ciro, 12, não sou investigado. Nunca fui investigado", afirmou – em entrevista ao Jornal Nacional na última sexta, Haddad indagou: "Qual é a pessoa que hoje está na vida pública que não está investigada?".
"Essa é a primeira grande questão: dar o exemplo. Se o exemplo vem de cima, é muito improvável que o de baixo se sinta autorizado a roubar", disse Ciro Gomes.
Além disso, ele defendeu uma "permanente mudança" na legislação como forma de combater a corrupção. "Toda legislação que se cristaliza permite adaptação do corrupto", declarou.
Entre os mecanismos que relacionou, propôs estabelecer padrões, metas e preços unitários para obras; "expropriar" dinheiro de servidor que tenha patrimônio sem explicação; assinatura de acordo de ética por ocupantes de cargos de confiança e afastamente em caso de suspeição.
G1 // ACJR