O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Dario Messer, apontado como o doleiro mais influente do país, e outras quatro pessoas por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro de apropriação indébita.
Dario Messer, conhecido como "doleiro dos doleiros", foi o alvo principal da Polícia Federal na Operação "Câmbio, Desligo", em maio deste ano. Desde então, ele é considerado foragido.
Os outros quatro denunciados são o doleiros Chaaya Moghrabi (Yasha) e Flávio Dib; e os proprietários da corretora Advalor, João Paulo Julio Lopes e Miguel Julio Lopes.
Os crimes, apurados a partir das operações Câmbio Desligo, Calicute, Tolypeutes e Advalorem, foram cometidos a partir das movimentações financeiras da corretora Advalor, que funcionava tanto como instituição financeira para armazenar recursos ilícitos de agentes públicos como para efetivar pagamentos em seu favor.
As investigações identificaram, ao todo, oito operações realizadas entre março de 2013 e fevereiro de 2014, no valor total de US$ 1.032.807,00.
Além da condenação dos denunciados, o MPF pede a reparação de danos morais e materiais em valores de R$ 20.062.456,00 para Miguel Julio Lopes e João Paulo Julio Lopes e de R$ 7.542.456,00 para Dario Messer, Chaaya Moghrabi e Flávio Dib.
Corretora ocultou R$ 5,9 milhões
A corretora também operava em favor do ex-secretário de Transportes do Rio de Janeiro Luiz Carlos Velloso, que utilizou os serviços de Miguel e João Paulo Julio Lopes para movimentar parte dos valores desviados das obras da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro.
De acordo com a denúncia, Miguel Lopes e João Paulo Julio Lopes auxiliaram Luiz Carlos Velloso a ocultar R$ 5,9 milhões. Os pagamentos de propina da Carioca Engenharia ao ex-secretário de Transportes eram feitos em espécie na sede da corretora no Centro do Rio de Janeiro.
A partir de 2016, Velloso começou a ter dificuldade em retirar os valores que estavam depositados na corretora, onde permanecem até hoje R$ 700 mil.
Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro relatam na denúncia que Miguel Julio Lopes e João Paulo Julio de Pinho Lopes operaram com recursos ilícitos de agentes públicos.
Miguel e João Paulo também são acusados de realizar operações dólar-cabo com o auxílio dos doleiros Dario Messer, Chaaya Moghrabi (Yasha) e Flávio Dib, além de Renato e Marcelo Chebar, Cláudio Barboza e Vinicius Claret.
A empresa Advalor era vendedora de dólares no exterior e, de acordo com as investigações, recebia os recursos em espécie no Centro do Rio de Janeiro.
Os procuradores afirmam que Chebar e Chaaya Moghrabi ("Monza") tinham interesse no crédito de dólares nas contas que operavam no exterior, enquanto Miguel Julio Lopes e João Paulo Julio de Pinho Lopes, por intermédio de Flavio Dib, precisavam de recursos em espécie, sendo Juca e Tony responsáveis por ligar essas duas pontas.
G1 // AO