Diga-me com quem andas e eu te direi quem és. Esse adágio popular pode ser aplicado à presidenciável Marina Silva (Rede). Ela se apresenta como toda pura, defensora de uma nova política, sem corruptos no governo, mas esquece de olhar para sua própria casa. Seu marido, Fábio Vaz de Lima é réu na 6ª Vara da Justiça Federal de São Luis, no Maranhão, por responder a processo por improbidade administrativa. Ele e mais 18 pessoas são acusadas pelo desvio de R$ 44,1 milhões de um projeto da Usimar para a produção de componentes automotivos junto à Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), avaliado em R$ 600 milhões.
Apesar do dinheiro ter sido liberado, o projeto nunca saiu do papel. O projeto foi aprovado numa reunião do Conselho Deliberativo da Sudam, com a participação do marido de Marina Silva, em dezembro de 2001. Ele participou da reunião em nome do então governador do Acre, Jorge Viana, e do então secretário de Planejamento do Acre, Gilberto Siqueira, que não puderam comparecer. Como o marido de Marina participou da liberação do dinheiro, está sendo responsabilizado pelo desvio. O processo, de número 200137000080856, chegou a ir para o STF, mas a ministra Cármen Lúcia devolveu-o para a 6ª Vara Federal de São Luis, onde aguarda julgamento.
Fábio Vaz de Lima é acusado ainda de irregularidades no Ibama do Acre, em 2004, no período em que Marina era ministra do Meio Ambiente. Fábio era técnico agrícola e funcionário do governo petista do Acre, quando foi acusado de atos de corrupção no Ibama, no controle do contrabando de madeira. O caso chegou a ser denunciado na Câmara dos Deputados pelo então deputado Aldo Rebelo, que era do PCdoB, mas que hoje está no Solidariedade. Como se vê, em casa de ferreiro, espeto é de pau.
Estadão // AO