O candidato à Presidência do PSDB, Geraldo Alckmin, tentou desvencilhar a sua imagem do presidente Michel Temer, que entre quarta e quinta-feira (dias 5 e 6) publicou vídeos reclamando do tratamento dado a ele nos programas de TV da campanha tucana. O ex-governador afirmou que quem escolheu o emedebista foi o PT de Dilma Rousseff.
"Na época (depois do impeachment) defendi não participar do governo (de Temer)", disse Alckmin, que fecha a série de sabatinas com presidenciáveis Estadão-Faap. Apesar de sua posição ter sido derrotada dentro do partido na época, o ex-governador lembrou que os parlamentares do partido votaram naquilo que acredita nesses últimos anos.
"O presidente Temer está de mal comigo", disse o tucano em outro momento, em referência aos vídeos publicados por Temer, em que o emedebista lembra que boa parte dos partidos da coligação tucana está com Alckmin nesta eleição.
Durante a sabatina, o tucano alternou as críticas a Temer – lembrou, por exemplo, que o governo dele concedeu ajustes sucessivos a servidores públicos nos últimos três anos. "Aí não zera o déficit nem em 2030", afirmou.
Na sequência, ao falar de sua política para as mulheres, um dos principais flancos de ataque a Jair Bolsonaro (PSL), Alckmin prometeu expandir a rede de delegacias da mulher e lembrou que Temer era secretário da Justiça em São Paulo quando a primeira delegacia especializada do Brasil foi criada.
Sobre o desempenho nas pesquisas, o tucano, que está em quarto lugar, atrás de Bolsonaro, Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT), disse que a campanha ainda está no começo e que os resultados do Ibope, divulgados na quarta-feira, vieram apenas após três dias de horário eleitoral gratuito. "A campanha só vai ser decidida na reta final", reiterou.
Ele ainda ironizou os ataques que têm recebido dos demais candidatos que estão embolados atrás de Bolsonaro. "Quando todos atacam, é um bom sinal, sinal de que você deve ganhar a eleição."
Em relação a Bolsonaro, o principal alvo da campanha do PSDB no rádio e TV, Alckmin disse que os vídeos e gravações apenas mostram declarações que o capitão reformado já deu. "Campanha política é para pôr o dedo na ferida. O que precisa ser é respeitoso com as pessoas. Eu não faço um ataque a Bolsonaro, é ele quem fala. Se o que ele fala é ofensivo é problema dele, só pegamos o que fala e estamos mostrando", disse, acrescentando que a campanha do PSL já entrou na Justiça contra as peças, mas não obteve vitória.
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