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Meirelles diz que nomeará ministério ficha limpa, mas evita falar sobre Temer

O emedebista, no entanto, desconversou sobre se a regra se aplicaria ao presidente Michel Temer, que é investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

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O candidato do MDB à presidência da República, Henrique Meirelles, garantiu nesta quarta-feira, 5, que, se eleito, construirá uma equipe de ministeriáveis com o mesmo perfil que gosta de exaltar em suas exibições: ficha limpa, sem denúncias ou processos. O emedebista, no entanto, desconversou sobre se a regra se aplicaria ao presidente Michel Temer, que é investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Sim, é exatamente aquilo que tenho feito em toda a minha vida. Vamos criar o Ministério dos sonhos do povo brasileiro", disse o emedebista após participar da sabatina Estadão-Faap, em referência ao "dream team" que montou quando foi para o Ministério da Fazenda.

Durante o evento, porém, quando questionado se a regra se aplicaria a Temer, Meirelles desconversou. "Não faço anúncio antes da hora. Não vou tomar decisão sobre uma coisa que não se aplica. As nomeações todas que já fiz na minha história são inquestionáveis", disse. O ex-ministro comentou ainda que as indicados à Esplanada podem ter filiação política, mas devem comprovar competência e experiência na área.

Atualmente, Temer é investigado em dois processos: um que investiga sua atuação na aprovação de uma Medida Provisória (MP) que beneficiaria empresas específicas do setor de portos, e outro que investiga um suposto pagamento de propina da Odebrecht na Aviação Civil. Ambas as investigações foram iniciadas com base em depoimentos colhidos na operação Lava Jato. Com o fim do mandato de presidente e do foro privilegiado, a expectativa é que os casos que correm no STF caiam de instância.

Sobre a operação Lava Jato, o candidato afirmou que virou uma "instituição" brasileira e avaliou que ela "está funcionando bem".

Armas

Em relação às propostas sobre os temas polêmicos que costumam rondar toda eleição, Meirelles se disse contrário à flexibilização do porte de armas, mesmo no campo, como admitem candidatos como Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT), mas disse ser favorável à manutenção das regras atuais em relação ao aborto e ao uso de drogas.

Meirelles disse ainda que manteria, "a princípio", a total gratuidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e ressaltou que muito pode ser feito para melhorar sua a eficiência sem aumentar gastos. Entre as medidas que apresentou, está a criação de um "cartão-saúde", uma identificação eletrônica que unificaria e digitalizaria os dados do SUS.

Meirelles foi o quinto candidato a participar da sabatina do Estado de S.Paulo nas eleições presidenciais 2018, feita em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). A série de encontros Estadão-Faap com os Presidenciáveis na sede da fundação, em São Paulo iniciou no último dia 27 de agosto e vai até esta quinta-feira, dia 6.

Estadão // AO