Política

PT é acusado de fazer propaganda irregular na internet

Contratação de influenciadores digitais para elogiar petistas vira polêmica nas redes sociais

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Uma série de comentários nas redes sociais levou o Piauí a ser um dos assuntos mais relevantes neste domingo no Twitter. O que parecia ser apenas mais uma onda do mundo digital pode deflagrar o primeiro caso de suspeita de propaganda eleitoral ilegal na internet neste ano.

O caso foi descoberto a partir de uma sequência de comentários disparados por “influenciadores digitais” país afora elogiando e até pedindo voto para o governador do Piauí, Wellington Dias, candidato à reeleição pelo PT.

Os elogios teriam sido pagos. Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) editada no final do ano passado proibiu propaganda paga nas redes na campanha de 2018. Um ex-ministro do TSE ouvido pelo GLOBO confirmou que pagar por comentários  favoráveis a candidatos configura propaganda irregular. A punição é multa de até R$ 30 mil.

Quem primeiro denunciou o caso foi a usuária @pppholanda. Ela participava de um grupo, arregimentado por uma empresa, que recebia dinheiro para postar conteúdos “de esquerda”.

Mas não concordou com a defesa apenas de candidatos petistas. A usuária disse que o combinado, inicialmente, seria organizar uma “ação séria de esquerda, não uma ação partidária”. Após receber orientações para escrever mensagens elogiosas a Gleisi Hoffmann, Luiz Marinho e Wellington Dias, ela resolveu romper com o grupo. O estopim foi o pedido de apoio ao governador do Piauí.

Com 45,3 mil seguidores, a usuária "Juliane com e de Exu" (@exuliane) usou as informações repassadas pelo recrutadores para elogiar Wellignton Dias. Depois que o assunto viralizou, ela desistiu de participar e se disse arrependida de ter publicado um post elogioso ao petista.

"Uma agência contratou influenciadores para uma ação de esquerda onde havia pautas progressistas como LBGT mulheres. Acontece que virou partidária no meio do caminho. Agora tão caindo matando nos influenciadores", escreveu a usuária.

Contratada pelo PT, a empresa BeConnect prestou oficialmente o serviço de fazer diagnóstico, monitoramento e análises de ambiente de redes sociais. Para atender ao partido, a BeConennect subcontratou a empresa LaJoy, que interagia com os influenciadores digitais.

Em nota, Joyce Falete, dona da LaJoy, disse que foi contratada "para o mês de junho e julho" pela BeConnected "para dar consultoria sobre quais jovens profissionais tecnológicos e digitais de esquerda eram aptos a construir e sugerir a melhor tática (conteúdo: posts, memes e gifs) de apresentar a proposta para quando chegasse o período eleitoral"

O Globo /// Figueiredi