Em mais um gesto de aproximação com o setor produtivo, a presidente Dilma Rousseff convidou sete grandes empresários para um jantar no Palácio da Alvorada na última terça-feira (25), em que reconheceu as dificuldades com a crise econômica na China e pediu ajuda para superar a encruzilhada na qual se encontra o Brasil.
Segundo um dos participantes, Dilma ouviu dos executivos um compromisso com a estabilidade, um gesto interpretado pelo Palácio do Planalto como uma nova blindagem às movimentações pelo impeachment da presidente.
"Nós estamos vivendo um momento difícil. Temos de sair disso juntos e todos têm de ajudar", afirmou Dilma, no encontro, que se estendeu por cerca de quatro horas. Marcaram presença os executivos Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Benjamin Steinbruch, da CSN, Cledorvino Belini, da Fiat, Joesley Batista, do grupo JBS, Edson Bueno, da Dasa, Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e Rubens Ometto, da Cosan.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, Dilma reconheceu que há "dificuldades reais" colocadas no horizonte, pediu ajuda do setor privado para superar a crise e garantiu que o objetivo da política econômica do governo é a retomada do crescimento.
Do outro lado, recebeu mensagens de apoio à estabilidade do País, mas também ouviu do setor privado preocupação com a governabilidade.
Os empresários também reclamaram com Dilma da alta taxa de juros, que afeta os negócios. Os que mais se queixaram foram Benjamin Steinbruch, do setor de siderurgia, e Josué Gomes da Silva, da Coteminas.
Dilma disse considerar a reclamação "fantástica" e explicou o motivo. "Antes vocês falavam que eu interferia no Banco Central, mas o Banco Central tem plena autonomia. Então agora vocês querem que eu interfira?", questionou ela, de acordo com relato de participantes do jantar.
(Foto: Reprodução)