Eleições

Sérgio Moro acredita que resultado da eleição representa risco a Operação Lava Jato

A declaração foi feita durante o Fórum Estadão Mais governança e mais segurança, realizado nessa quarta-feira (25), em São Paulo. O juiz foi um dos participantes do painel “O Combate à Corrupção”.

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Sérgio Moro acredita que resultado da eleição representa risco a Operação Lava Jato

Responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, o juiz Sérgio Moro acredita que o resultado das eleições deste ano representa um "risco de retrocesso" no combate à corrupção. A declaração foi feita durante o Fórum Estadão Mais governança e mais segurança, realizado nessa quarta-feira (25), em São Paulo. O juiz foi um dos participantes do painel “O Combate à Corrupção”.

"A dúvida é o que vai acontecer daqui para a frente. Vamos retomar aquela tradição de impunidade ou isso representou uma quebra significativa? Nessa perspectiva existe sempre um risco de retrocesso em relação a esses avanços. E há um risco, ainda que nós não avancemos mais. Para avançar mais, precisamos, além de processos efetivos contra a corrupção, de mudanças políticas mais gerais nas leis para diminuir os incentivos e oportunidades para a corrupção. Mas os riscos sempre permanecem. Isso é algo que não vai ser dessa eleição, nem da próxima, sempre vai existir esse risco. Eu espero que não se concretize", opinou o juiz.

Neste contexto, o magistrado defende que essas discussões sejam feitas ao longo do processo eleitoral, pois considera a corrupção um dos principais problemas que a sociedade brasileira precisa enfrentar. Para isso, o primeiro passo é garantir o funcionamento da Justiça. "Pessoas culpadas têm que ser punidas, segundo o devido processo, mas não só isso é suficiente. Precisamos do exemplo de lideranças honestas e, por outro lado, precisamos de reformas de políticas mais gerais para diminuir os incentivos e oportunidades à corrupção", pontua o juiz.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Moro ainda disse que acha "improvável" o Supremo Tribunal Federal (STF) rever o entendimento sobre prisão após condenação em segunda instância e disse que não há disputas entre juízes e políticos.

Bn // AO