Seis meses depois de disponibilizar o serviço no exterior, o Google lança no Brasil, nesta terça (24), seu serviço de audiolivros.
O serviço Google Play Livros foi lançado em 45 países em janeiro para concorrer com o Audible, plataforma semelhante da Amazon.
O serviço estreia no Brasil com 2.500 títulos e, diz o Google, mais de cem editoras. As grandes casas editoriais que aderiram à plataforma até agora são cinco: Globo Livros, LeYa, Record, Ediouro e Rocco.
Entre os títulos disponíveis, estão livros como "A Garota no Trem" (Record), de Paula Hawkins; "Ansiedade – Como Enfrentar o Mal do Século" (Saraiva), de Augusto Cury; e "Um Legado de Espiões", de John Le Carré, entre outros.
O tempo que dura a escuta de cada livro não varia só com o número de páginas, mas depende da leitura de cada narrador –mas há um recurso que permite acelerá-la ou retardá-la.
O livro de Le Carré, por exemplo, tem 252 páginas –e 11 horas de áudio. Já "A Garota no Trem", com 378 páginas, por sua vez, tem duração de 10 horas e 59 minutos.
O serviço funciona tanto em celulares com sistema Android quando iOS (usado em aparelhos da Apple). No primeiro, via o aplicativo Google Play ou o Google Play Livros.
Nos aparelhos Apple, só com o segundo –mas não é possível fazer compras dentro do próprio aplicativo. O usuário precisa escolher seus livros no computador e usar o app para baixá-los.
Ainda pequeno no Brasil –e funcionando em pequenas startups como a Ubook–, o mercado de audiolivros surpreendeu no Estados Unidos.
De acordo com os dados mais recentes da Audio Publishers Association, as vendas de audiolivros em 2017 renderam um faturamento de US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 9,4 bi) –uma alta de 23% em relação a 2016.
Andrea Fornes, diretora de parcerias de produto para notícias e livros do Google na América Latina, explica por que o serviço brasileiro não foi lançado no começo do ano, junto a outros países:
"As editoras ainda estão começando a trabalhar com essa linguagem. Não havia um catálogo muito grande. Esperamos o número crescer para podermos sair com uma oferta mais atraente", diz.
Ela diz que, no segundo semestre, a expectativa é que o catálogo cresça o mesmo que cresceu de janeiro até aqui.
Para formar o cardápio disponível, o Google faz negociações principalmente com agregadores que já atuam há alguns anos nesse segmento no Brasil –caso da Ubook e da Tocalivros.
Essas duas empresas têm serviços próprios, mas só oferecem audiolivros sob regime de assinatura –não é possível comprar obras individuais em suas plataformas.
Uma tendência americana que o Google imagina que se repetirá aqui é o uso dos smartphones para a escuta dos livros. Lá fora, ainda de acordo com os números da Audio Publishers Association, 47% dos usuários dizem usar seu aparelho para isso –em 2015, esse número era de 22%.
No lançamento, o catálogo de audiolivros terá obras que custarão menos de R$ 5 –depois, com preços normais, a média de preços é cerca de R$ 20.
A Amazon já prepara a chegada do Audible ao país há pelo menos dois anos, quando vagas de emprego para o serviço foram anunciadas no Brasil –uma consulta no site da empresa americana com anúncios de trabalho mostra que elas não estão mais abertas, o que sugere que já podem ter sido preenchidas.
Folhapress // ACJR