Em um novo relatório apresentado à Justiça nesta quinta-feira (19), o governo dos Estados Unidos informou que pelo menos 2.654 crianças imigrantes foram separadas dos pais ao cruzarem ilegalmente a fronteira do país.
Foi uma consequência da política de tolerância zero do presidente Donald Trump, adotada a partir de abril e que passou a denunciar criminalmente todos os imigrantes pela travessia ilegal. Os pais eram encaminhados a presídios federais, e os filhos, a abrigos mantidos pelo governo.
Os números foram apresentados pelo Departamento de Justiça ao juiz Dana Sabraw, que ordenou a reunião das famílias até a semana que vem, dia 26.
O governo já havia identificado 103 crianças com menos de cinco anos, que estavam em abrigos mantidos pelo governo. Agora, afirmou ter registro de 2.551 menores que têm entre 5 e 17 anos.
No total, são 2.654 crianças recolhidas em instituições para menores. Dessas, cerca de 420 haviam sido reunidas aos pais até a meia-noite desta quarta (18).
A gestão de Trump trabalha para reunificar pelo menos mais 1.600 crianças até o prazo final da semana que vem. Outras famílias ainda precisam passar por entrevistas e checagem de antecedentes criminais antes de receberem o aval para a reunificação.
Dessa vez, o governo dos EUA não informou quantos pais foram deportados ao país de origem sem os filhos.
A lista também não detalha de quais nacionalidades são as crianças. Segundo o Itamaraty, cerca de 40 brasileiros permanecem em abrigos, separados dos pais. O governo trabalha para reunir as crianças o mais rápido possível.
AFP // ACJR