O volante Paulinho afirmou que a Copa do Mundo da Rússia, que começa a ser disputada nesta quinta-feira, é uma chance para o Brasil “reverter o que fez” há quatro anos, em coletiva de imprensa em Sochi, nesta quarta.
O volante do Barcelona, que na fatídica semifinal de 2014 diante dos alemães, no Mineirão, entrou em campo no segundo tempo, afirmou que, sob o comando de Tite, a seleção brasileira “deixou o passado de lado” graças aos bons resultados e às atuações convincentes.
Agora, na Copa da Rússia, o Brasil, apontado por Paulinho como favorito ao título ao lado de Alemanha, França, Bélgica, Espanha e Argentina, terá a chance de escrever um novo capítulo de sua história.
“O futebol é bom porque dá oportunidades muito rápido para você reverter o que fez”, lembrou.
Embora Tite venha dando seguidas pistas da formação que entrará em campo para a estreia contra a Suíça, no domingo, separando os habituais titulares -Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Coutinho; Willian, Neymar e Gabriel Jesus- do restante do grupo nos últimos treinos, Paulinho afirma não saber das intenções do treinador.
“O professor não decidiu ainda não, mas não depende de nomes. O Fernandinho entrou e jogou muito bem. O Coutinho para mim é um craque. O que o professor decidir, a única certeza que tenho é que os 11 vão jogar da melhor maneira possível. Mas ele ainda não decidiu”, afirmou o volante, citando os dois jogadores que brigam pela única vaga em aberto na equipe.
– Confiança no professor –
Um dos pilares da equipe de Tite, Paulinho sabe que sua característica de chegada no ataque -um de seus pontos fortes na Seleção- ficaria mais limitada com a entrada de Coutinho no time titular. O volante, porém, não se mostrou preocupado.
“Eu já trabalhei com o professor Tite e algumas vezes ele pedia que eu recuasse um pouquinho, fosse mais organizador e deixasse outro com mais liberdade no Corinthians. E aqui na Seleção foi o que aconteceu, ele me pediu para organizar mais e liberar mais o Coutinho, que tem uma qualidade impressionante”, analisou.
“O que mais quero fazer é ajudar, eu não vejo problema algum, o que for para ajudar a Seleção eu vou fazer”, continuou.
A naturalidade com que Paulinho fala de possíveis mudanças no esquema tático da Seleção estão diretamente relacionadas à conexão à lealdade que tem com Tite, que bateu de frente com a opinião pública quando voltou a convocar o jogador.
Paulinho, que na época jogava na China, longe dos holofotes brasileiros, ainda sofria do estigma do ‘7 a 1’.
“Vou ser bem sincero. Quando saí do Tottenham para a China eu sabia que ia me distanciar (da Seleção). Depois que o professor Tite assumiu, não é que passei a trabalhar mais. Resgatei minha confiança, consegui manter um ótimo nível e retornar à Seleção que é meu maior sonho, vestir essa camisa”, admitiu.
Apesar da confiança na Seleção, Paulinho fez questão de lembrar que o duelo contra a Suíça não será fácil e pediu paciência ao torcedor diante de equipes que certamente tomarão precauções para não sofrer nas mãos de Neymar, Gabriel Jesus, Coutinho e companhia.
“Tive a experiência de jogar contra a Suíça uma vez e imagino que eles venham jogar dessa forma, com linha baixa, marcação bem forte. Nós sabemos que vai ser um jogo muito difícil”, alertou, antes de concluir: “Temos que ter paciência, vamos enfrentar dificuldades, mas estamos preparados para isso.”
Após o duelo contra os suíços, o Brasil enfrentará a Costa Rica, no dia 22 em São Petersburgo. No dia 27, encerra sua participação no Grupo E da Copa contra a Sérvia, em Moscou.
AFP // AO