Política

Para o ministro Jaques Wagner, sensacionalismo é que prejudica o país

“O povo não vive de investigação, o povo até gosta da investigação, mas o povo vive de emprego, de trabalho e de crescimento da economia”, destacou

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O ministro da Defesa, Jaques Wagner, defendeu ontem as investigações em curso no âmbito da Operação Lava Jato, mas voltou a ponderar que o clima de “sensacionalismo” criado em torno das eventuais denúncias, acaba gerando um clima de desconfiança que é ruim para o país, especialmente para a economia.

“A Lava Jato, a investigação, é muito bem vinda. O sensacionalismo em torno dela é ruim porque acaba que você tem respingos na economia que são preocupantes e na política também, mas isso não quer dizer que a gente não queira que as investigações avancem”, disse o ministro.

O ministro também saiu em defesa do patrimônio tecnológico acumulado ao longo de décadas por parte das empresas que está no hall dos investigados. Para exemplificar, o ministro citou o caso da empresa americana Enron, que conseguiu superar uma onda de escândalos de corrupção, e atualmente funciona normalmente assegurando aos Estados Unidos a manutenção de todo o conhecimento adquirido.

“No caso da Enron, se fez o que tinha que ser feito: quem tinha cometido delito foi preso, a empresa pagou multa, trocaram toda a sua direção, e a empresa está lá funcionando”, afirmou.

“Não se joga fora empresas que tem conhecimento e tecnologia acumulados. Eu só espero que essas coisas possam ser apressadas, sem querer cercear nenhum tipo de investigação, para que a gente tenha uma normalidade para o funcionamento, principalmente, da economia”, completou.

O ministro destacou ainda que, mesmo com as investigações em curso, como toda a população deseja, o país não pode parar. “O povo não vive de investigação, o povo até gosta da investigação, mas o povo vive de emprego, de trabalho e de crescimento da economia, então, eu prefiro dedicar 90% da minha energia para isso e 10% para acompanhar”, concluiu. As declarações foram feitas durante entrevista à imprensa, após encontro com o vice-ministro da Defesa da Alemanha, Ralf Brauksiepe.