Brasil

Após Gilmar Mendes soltar presos da Lava-Jato, Ministério Público Federal do Rio entra com novo pedido de suspeição

Força-tarefa da Lava-Jato no estado aponta relação de instituto da família do ministro com a Fecomércio, que foi presidida por Orlando Diniz

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Os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato no Rio pediram à Procuradoria-Geral da República para requerer ao STF a suspeição ou impedimento do ministro Gilmar Mendes nos casos que envolvam o ex-presidente da Fecomércio Orlando Diniz. Ele é um dos 20 presos preventivamente por determinação da Justiça Federal do Rio no âmbito da Lava-Jato a que Gilmar concedeu liberdade no último mês.

O pedido da Lava-Jato no Rio se baseia na relação comercial da Fecomércio com o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), “instituição que é hoje controlada exclusivamente" pela família de Gilmar, como apontam os procuradores no documento. A Fecomércio foi presidida desde o início dos anos 2000 por Orlando Diniz, um dos que ganharam liberdade recentemente por ordem do ministro. Ele só deixou o cargo na entidade após sua prisão, em fevereiro deste ano.

A força-tarefa da Lava-Jato no Rio aponta que o aprofundamento das investigações, com a análise dos dados obtidos com a quebra de sigilo fiscal da Fecomércio, mostra um pagamento de R$ 50 mil em 2016, durante a presidência de Diniz na entidade, em benefício do Instituto do Ministro Gilmar Mendes.

Além disso, os procuradores apontam que a Fecomércio, quando também era presidida por Diniz, patrocinou ao menos três eventos promovidos pelo Instituto de Gilmar Mendes, inclusive alguns que contavam com a participação do próprio Gilmar. Dois dos eventos citados pelo MPF do Rio foram realizados em Lisboa.

O Globbo // Figueiredo