A Polícia Federal e o Ministério Público Federal estão aprofundando três linhas de investigação com foco no Coronel João Baptista Lima Filho, amigo há décadas do presidente Michel Temer. Documentos mostram o envio ilegal de dinheiro para o exterior. O Coronel Lima e o presidente Temer são investigados no inquérito dos portos, que apura pagamento de propina em troca de um decreto para beneficiar empresas do setor.
Os investigadores que atuaram na Operação Patmos, deflagrada em 2017, depois das delações da J&F, afirmam que "a PDA Administração e a PDA Projeto e Direção Arquitetônica, duas empresas do Coronel Lima, teriam um saldo disponível de quase R$ 23.7 milhões.
A informação foi publicada nesta terça-feira (5) no jornal "Folha de S. Paulo" e o Jornal Nacional confirmou as informações.
Os investigadores dizem também que documentos apreendidos mostrariam que o Coronel Lima enviou dinheiro para o exterior, à margem do sistema financeiro oficial.
No inquérito sobre o decreto dos portos, os investigadores também aprofundam as investigações sobre o elo entre o Coronel Lima e a empresa Engevix.
Segundo os investigadores, a Argeplan, empresa do Coronel Lima, teria subcontratado a Engevix para fazer obras da Eletronuclear. Em troca, Lima teria recebido R$ 1 milhão. A Lava Jato apura se houve desvio de dinheiro na Eletronuclear para políticos do MDB, partido de Temer.
A assessoria do presidente Michel Temer afirmou que ele não possui empresas e não tem relação com as empresas citadas. E que o vazamento de inquérito sigiloso só serve para impedir que o presidente se defenda e para criar versões falsas e irresponsáveis.
O Coronel Lima nega a prática ou participação em qualquer conduta ilícita.
O MDB não quis se manifestar. A equipe do Jornal Nacional não conseguiu contato com a Engevix e não teve retorno da Eletronuclear.
G1 // AO