Política

Governo diz que 'negociação formal' com grevistas foi concluída e que agora espera retomada de atividades

Ministros deram entrevista após reunião do gabinete que trata da paralisação de caminhoneiros.

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O ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, disse nesta segunda-feira (28), em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, que governo e lideranças de caminhoneiros já concluíram as "negociações formais" para o fim da greve. Segundo ele, agora o governo espera a "aceleração" da retomada das atividades.

"Penso que não estaremos exagerando que, sob o ponto de vista da negociação formal, foi negociada a extinção do movimento com todas as lideranças", disse Padilha.

"Alguém pode perguntar se ainda há caminhões parados. Há sim. Estamos cuidando para que consigamos diminuir as concentrações [pontos de bloqueio] que ainda existem", continuou o ministro. "Estamos esperando que esse movimento de retomada da atividade se acelere para que possamos ter a volta da normalidade", concluiu.

A entrevista ocorreu após a primeira reunião do gabinete de crise desde que o presidente Michel Temer anunciou novas medidas para tentar encerrar a greve. Uma delas foi a redução de R$ 0,46 no preço do diesel. Entre as principais reivindicações dos caminhoneiros está a diminuição no preço do combustível.

No oitavo dia das paralisações, há reflexo no abastecimento de diversos produtos pelo país, como combustível e alimentos. Padilha disse que a maior preocupação do governo é garantir a normalidade do abastecimento. De acordo com o governo, a Força Aérea Brasileira (FAB) começou a fazer transporte de medicamentos e insumos para hospitais.

Padilha destacou na entrevista que o governo negociou com lideranças “verticais” dos caminhoneiros, como confederações e sindicatos, e “horizontais”, disseminadas pelas redes sociais. Segundo ele, as medidas anunciadas por Temer no domingo saíram de uma “média entre o que disse a representação horizontal e a vertical”.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, também presente à entrevista coletiva, reforçou a avaliação de que o fim da greve foi acertado com as lideranças da categoria.

"A paralisação dos caminhoneiros, ela está resolvida. Precisamos agora que os caminhoneiros voltem a trabalhar e que até alguns possam voltar a trabalhar, porque temos notícias de constrangimento em pontos de concentração de caminhoneiros que querem voltar a trabalhar e não estão tendo condições de fazer", disse Marun.

Perguntado sobre em que momento a redução de R$ 0,46 no preço do diesel chegará na bomba, Marun explicou que ainda há estoques nos postos comprados pelo preço anterior. Assim, não é possível obrigar o empresário a ter prejuízo.

"O que nós garantimos é que o preço na Petrobras vai, a partir de amanhã, senão for hoje, vai estar R$ 0,46 mais barato. E que, assim que os postos forem reabastecidos, eles terão que praticar um preço com desconto", disse.

'Inflitrados'
Questionado sobre a permanência de alguns pontos de bloqueios nas estradas, Padilha declarou que o serviço de inteligência do governo avalia a possibilidade de que pessoas com interesses "políticos" estejam infiltradas no movimento dos caminhoneiros.

"Nós tivemos as informações dos líderes de que muitas dessas concentrações, pessoas que ali estão, são pessoas que não são caminhoneiros, são pessoas que se infiltraram no meio do movimento com objetivos diferenciados, objetivos políticos. Nosso serviço de inteligência está cuidando disso", afirmou.

Padilha disse que os próprios caminhoneiros alertaram o governo sobre a presença de infiltrados nos protestos

Uso de forças federais
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, comentou o emprego de forças federais no desbloqueio de rodovias, autorizado por decreto desde a sexta-feira (25). Segundo Etchegoyen, não houve nenhum caso de violência nos desbloqueios, e as forças estão atuando com base no diálogo.

“Nós não tivemos nenhum episódio até aqui, com todas as vias abertas, em que tenhamos alguma coisa a lamentar quanto a violência. Não temos um episódio a lamentar do uso excessivo da violência”, disse.

O ministro destacou que os efetivos utilizados têm preparação para negociar a liberação das vias e lembrou que a orientação para militares é priorizar a negociação.

G1 // ACJR