Política

Marina diz buscar aliança com partidos que a apoiaram em 2014

À época, sua coligação era formada por PHS, PRP, PPS, PPL, PSB e PSL, que neste ano lançou o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) na disputa presidencial.

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Pré-candidata da Rede à Presidência da República, a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva disse nesta terça-feira, 22, que ainda negocia apoio com partidos que integraram sua coligação em 2014. À época, sua coligação era formada por PHS, PRP, PPS, PPL, PSB e PSL, que neste ano lançou o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) na disputa presidencial.

"Estou discutindo com partidos. O diálogo é constante com os partidos que caminharam juntos em 2014. Tenho respeito pela dinâmica interna desses partidos, alguns possivelmente virão conosco, outros estão em definição se terão ou não candidatura própria", afirmou ela, sem dar nome às siglas, após discursar na marcha dos prefeitos a Brasília, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios.

Ela declarou já ter apoio de movimentos cívicos como Brasil 21, Frente Favela, Agora, Acredito, entre outros.

Marina também comentou a desistência do presidente Michel Temer, que hoje indicou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como nome do MDB para disputar o Planalto: "No caso do presidente Michel Temer, com 3% de popularidade, dentro da margem de erro, é possível que seja zero".

A ex-senadora afirmou que os partidos que criaram problemas revelados na Operação Lava Jato não vão resolvê-los e que em 2014 fez campanha sem recursos ilícitos.

Marina reclamou de sua atual estrutura de campanha, que considera uma disparidade com os demais pré-candidatos: "A reforma eleitoral foi uma reforma de encomenda que me deixou com 10 segundos (de tempo de TV), com orçamento de fundo eleitoral incomparavelmente menor do que PT, PSDB e MDB. Todos que não são megapartidos ficaram prejudicados".

Marina também criticou a PEC do teto dos gastos e disse que o controle de gastos deveria ser feito anualmente na definição do orçamento. "O congelamento por 20 anos é sinal de que se está congelando a saúde, a educação, a segurança, o saneamento e a infraestrutura que temos", disse ela.

Em discurso a prefeitos e vereadores, ela afirmou que não há "escolha de Sofia" na Educação e que o governo deve investir nos ensinos básico, fundamental e superior. Ela disse que a falta de saneamento básico no País afeta o desenvolvimento de crianças e onera a saúde pública e a educação e cobrou a aplicação dos planos nacionais desenvolvidos. "A gente vive de anúncio de planos que não se realizam por si mesmo, um consenso louco em que todos concordam, mas ninguém viabiliza os recursos."

A pré-candidata sinalizou que o governo federal deveria avaliar formas de evitar que o descontrole no preço dos combustíveis afete os consumidores. "Nem todos os derivados do petróleo são importados, uma parte disso é produzida aqui e talvez, naquilo que é nossa própria produção, haja margem para que se possa fazer algum tipo de mediação com essa situação que está onerando sobremaneira o consumidor. Temos que ter uma atitude de responsabilidade em relação a esse momento que estamos vivendo em função também da conjuntura internacional. A Petrobras tem seus compromissos vinculados ao dólar e isso precisa ser observado."

Estadão // AO