O Governo do Estado vem investindo mais de R$ 60 milhões na ampliação e modernização da rede pública de assistência materno-infantil e mais R$ 1 bilhão na expansão da rede de saúde em todo estado, representando o maior investimento em saúde pública de todos os tempos. Apenas para a duplicação da maternidade João Batista Caribé, que está localizada na capital baiana, serão aplicados recursos da ordem de R$ 30 milhões, entre obras e equipamentos. A unidade passará de 40 leitos para 80, sendo 60 de internação clínica e cirúrgica, dez de Cuidado Intermediário Neonatal (UCINCo), cinco de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa) e outros cinco instalados no Centro de Parto Normal (CPN).
Na capital e no interior, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) investiu na abertura de dezenas de leitos, a exemplo de 32 de UTI e 28 de Cuidados Intermediários (UcinCo), na nova maternidade do Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana; e outros 14 leitos de UTI Neonatal no município de Jequié, por meio de contrato.
Em Salvador, ainda foram abertos 20 leitos de UTI Neonatal e 23 de UcinCo no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). O HGE 2 acrescentou oito leitos de UTI Pediátrica na rede estadual, enquanto a maternidade Tsylla Balbino ganhou 15 novos leitos de UcinCo. Outra estratégia utilizada para ampliar a rede materno-infantil foi contratar serviços na rede filantrópica, como os 10 leitos de UTI Pediátrica e oito de UTI Neonatal no Hospital Martagão Gesteira. Também estão em andamento ampliações de leitos de neonatologia nas cidades de Ilhe?us, Eunápolis, Bom Jesus da Lapa, Ribeira do Pombal, Alagoinhas, Barreiras, Camaçari e Irecê.
Um problema grave que persiste no cenário atual é o baixo número de médicos neonatologistas na Bahia e em todo o país, o que dificulta a abertura de um maior número de leitos. Na Bahia, são menos de 100 neonatologistas. Outro desafio que impacta na elevada demanda por esses leitos é a baixa qualidade do pré-natal em alguns municípios, principalmente em Salvador, o que faz com que as gestantes venham a parir prematuramente.
A situação da capital baiana é um caso à parte. Como o pré-natal é feito em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o município só tem 36% de cobertura, dois terços das mulheres soteropolitanas não têm onde fazer pré-natal. Isso resulta em elevado número de casos de sífilis congênita, recém-nascidos de baixo peso, prematuros, mães com hipertensão não detectada, diabetes gestacional, resultando em necessidade de UTI Neonatal. A não existência de uma maternidade municipal na capital acaba sobrecarregando rede estadual, que é referência para todos os 417 municípios da Bahia.
Há casos especiais que só são atendidos nos hospitais Ana Nery, Martagão Gesteira e Santa Izabel, todos na capital, além do Estadual da Criança, em Feira de Santana. São casos de cardiopatias congênitas cirúrgicas. Muitos desses bebês são casos graves, complexos, que não possuem condições de serem operados logo que nascem, devido ao baixo peso, ou por estarem com outras complicações, tais como infecções, e que ficam esperando suas condições melhorarem para serem transferidos.
Secom // ACJR