A falta de consenso entre parlamentares que são contra e a favor da legalização dos jogos de azar no Brasil, proibidos no país desde 1946, é um dos motivos que mantém a matéria em discussão na Câmara dos Deputados.
Em março, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) rejeitou o Projeto de Lei do senador Ciro Nogueira (PP) que legalizaria as práticas. Para quem anda sonhando com bicho, porém, calma. Um novo projeto já está pronto para ir para o plenário da Câmara ao lado do texto de Nogueira, derrotado no Senado.
Pelo menos é o que garantiu o deputado federal Bacelar (Podemos), grande apoiador da legalização dos jogos de azar no Congresso. “A gente iria criar emprego e gerar impostos. Desenvolver locais e uma cadeia produtiva lucrativa”, discursou o deputado.
O assunto pode até dividir opiniões no legislativo, mas de acordo com Bacelar, a discussão em Brasília não impede a prática dos jogos e a geração de riquezas por eles fora da lei. “Precisamos acabar com essa hipocrisia no Brasil.
O jogo é praticado mesmo com a proibição e deixa de arrecadar R$ 20 bilhões para o governo”, contabilizou o parlamentar. “Só com a liberação do Jogo do Bicho a gente traria para legalidade mais de 450 mil empregos no Brasil", sugere.
De acordo com Bacelar, entre os grupos opostos sobre o tema, ainda existe quem defenda a permissão apenas da volta dos cassinos. O político diz que um setor ligado a um partido de direita defende a inclusão das casas de azar na Lei Geral do Turismo, sem liberar o jogo do bicho, modalidade criada no Brasil. “Ou libera tudo ou não libera nada”, rebate o deputado.
Segundo o presidente do Podemos na Bahia, o “capital estrangeiro que constrói cassinos não cria empregos”. “Ninguém coloca cassino em Tocantins. Nós estamos lutando. Ou legaliza tudo ou nada”, completou.
BNwes/// Figueiredo