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Relatório final da PF sobre supostas irregularidades na UFSC pede indiciamento de 23 pessoas

PF não cita no relatório nenhum indício de que o ex-reitor tenha se beneficiado financeiramente.

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Conversas com indiciados, uma nota fiscal e uma planilha foram apontados no relatório final da Polícia Federal como indícios contra o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luiz Carlos Cancellier de Olivo, em Florianópolis. O relatório final da Operação Ouvidos Moucos detalha as suspeitas de esquemas de desvios na universidade. Cancellier não foi indiciado por ter morrido.

Apesar de dizer que Cancellier ajudou a encobrir o esquema, a Polícia Federal não cita no relatório nenhum indício de que o ex-reitor tenha se beneficado financeiramente com o susposto esquema e não aponta o valor total dos desvios.

Ao todo, 23 pessoas foram indiciadas, por crimes como organização criminosa, peculato, que é desviar recurso público exercendo função pública, e lavagem de dinheiro.

Cancellier assumiu a reitoria em 2016, mas os fatos apurados começaram em 2008 e seguiram até 2017. Mas ele é o único ex-reitor investigado e só não foi indiciado por causa da sua morte.

O relatório final tem 817 páginas e está com o Ministério Público Federal. O procurador André Bertuol não deu prazo para concluir a análise. Ele pode oferecer denúncia, total ou parcialmente, ou ainda pedir o arquivamento do inquérito.

Conforme ainda o relatório, supostamente haveria duas organizações criminosas dentro da UFSC. Uma envolvia recursos de bolsas pagas pelo Ministério da Educação (MEC) a profissionais do Ensino a Distância (EaD) e outra envolvia recursos do MEC para custeio de atividades do EaD, em contratos via fundações de apoio. Entre 2006 e 2017, foram repassados R$ 80 milhões para o programa.

O relatório da PF diz que o ex-reitor tinha pleno conhecimento sobre o funcionamento dos esquemas investigados na Operação Ouvidos Moucos, foi omisso e se favoreceu com as supostas irregularidades.

O ex-reitor Cancellier chegou a ficar preso por um dia durante as investigações em setembro do ano passado. Em 2 de outubro, ele foi encontrado morto em um shopping da capital. A Polícia Civil concluiu que ele cometeu suicídio.

Segundo a PF, a Operação Ouvidos Moucos foi deflagrada para desarticular uma suposta organização criminosa que desviou verbas de cursos de Educação a Distância (EaD) oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) na UFSC.

G1 // AO